Fases do concurso - Prova oral - Parte 9 - A incerteza do que será valorado pelo examinador

By | janeiro 07, 2020 Leave a Comment

Os editais de concurso falam em diversos aspectos avaliados, como o vernáculo, conteúdo, postura e capacidade de argumentação. Daí NÃO segue que a banca irá avaliar cada quesito separadamente, pois, se assim fosse, um professor de português, com boa oratória, tiraria 50% dos pontos, acertando no vernáculo e postura e perdendo todos os pontos no conteúdo jurídico e respectiva capacidade de argumentação.

Além disso, há bancas que sequer divulgam a nota por examinador (só a nota global) e há também examinadores que não atribuem nota por quesito (apenas a global). Não bastasse isso, existem alguns concursos que não preveem a possibilidade de recurso na prova oral, sendo certo ainda que de todas as fases do concurso a prova oral é aquela que tem menor chance de êxito em eventual judicialização.

Paralelamente a isso, cada examinador tem o seu termômetro, o qual pode oscilar. Mesmo aquele examinador que dê muito valor ao suposto ESPELHO das questões PODE dosar a sua avaliação porque se incomodou com a arrogância ou com eventual erro crasso de português. De igual modo, algum examinador que dê maior relevância ao DESENVOLVIMENTO da resposta PODE se incomodar muito com a argumentação beirando o absurdo. Fora isso, o candidato com excelente ESPELHO e DESENVOLVIMENTO pode não tirar a melhor nota, em razão de baixa PRESENÇA DE PALCO (apatia e monotonia, por ex.).

Há bancas que, tradicionalmente, dão maior valor ao acerto das questões, como o CESPE. Mas mesmo no CESPE conheço pessoas que erraram questões e, ainda assim, tiraram nota máxima com o respectivo examinador. Isso porque a nota TENDE a ser dada de forma global, isto é, levando em conta a arguição como um todo, e não a partir de mera soma de acertos e erros por questão.

Por fim, destaco que, fora do espelho/desenvolvimento/presença de palco, há fatores IMPREVISÍVEIS que PODEM ser parâmetros de valoração, como a intolerância do examinador em relação à determinada corrente, eventual “bairrismo”, preconceitos etc. Em todo caso, o que importa é fazer aquilo que está a seu alcance, de modo a fornecer os melhores ingredientes à banca examinadora.
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