Últimas Postagens

Mostrando postagens com marcador Trajetórias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Trajetórias. Mostrar todas as postagens

Trago hoje a trajetória da @luisamilitao, juíza federal substituta no TRF-1 e aprovada no MPBA e DPE-MG. A jornada da Luisa traduziu, com br...


Trago hoje a trajetória da @luisamilitao, juíza federal substituta no TRF-1 e aprovada no MPBA e DPE-MG. A jornada da Luisa traduziu, com brilhantismo, os pilares: "Ediscere, Scire, Agere, Vincere" (“Estudar, saber, agir, vencer”). A leveza com que encarou os estudos, aliada à sua capacidade de organização e perseverança, é um exemplo vivo de que o sucesso é possível quando se alia paixão, método e propósito. Parabéns, Luísa!!

Meu nome é Luísa Militão Vicente Barroso, tenho 25 anos e, após quase 4 anos de estudo intenso, regrado e organizado, fui aprovada nos concursos do MPBA (promotora de justiça), DPMG (defensora pública) e TRF1 (juíza federal).

“Estudar, saber, agir, vencer”. Desde 2015, esse é o meu lema. Conheci essa frase quando prestei o exame de seleção para as vagas remanescentes do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, pois tais palavras estão estampadas em letras garrafais nas 4 pilastras que guarnecem a entrada da universidade, minha alma mater e minha casa. Desde então, carrego essas 4 palavras comigo em meu coração, como uma estrela-guia.

E eu realmente levei a sério esse lema: entendi que precisava ESTUDAR, SABER e AGIR para poder VENCER. Nunca tive ambições de conquistar qualquer coisa que fosse sem estudo/trabalho árduo. ESTUDAR era só o ponto de partida: precisava também SABER, ou seja, internalizar o conhecimento obtido por meio dos estudos e conseguir acessar aquelas informações. Precisava também AGIR: dar a cara a tapa, me expor ao erro, fazer provas. Jamais tive medo ou titubeei ao me inscrever em uma prova que queria prestar. E foi assim que consegui VENCER, conquistando o cargo dos meus sonhos.

Minha trajetória nos estudos extrapola em muito esses 4 anos. Sou uma apaixonada pelo saber, desde criança fui incentivada a explorar minha capacidade. E acredito que, por isso mesmo, meus estudos, apesar de intensos, regrados e organizados, foram, acima de tudo, leves. Estudar, para mim, sempre foi um prazer. 

Após minha formatura na UFV (jan/2021), iniciei um estágio de pós na promotoria de justiça da minha cidade natal, Inhapim (MG). Conciliava esse trabalho com os estudos para a magistratura estadual, principalmente por meio de videoaulas do extensivo do Ênfase. Tentava incluir lei seca e jurisprudência, mas quase nunca me sobrava tempo, devido ao desgaste a que me submetia no trabalho.

Logo percebi que precisava aumentar minha carga horária e poupar minha mente – o principal recurso de qualquer concurseiro. Deixei o estágio e passei a advogar somente para cumprir o requisito da prática jurídica, pegava causas simples que não exigiriam muito de mim. No fim de 2021, prestei minhas 2 primeiras provas de carreira jurídica: o TJSP (magistratura) e a PCMG (delta). Fiz apenas como um teste e os resultados foram positivos, mas não suficientes para avançar à 2ª fase. De todo modo, essas experiências serviram para me mostrar que eu estava no caminho certo: a aprovação era apenas questão de tempo.

No início de 2022, passei a dividir meus estudos da seguinte forma: 2 horas para a lei seca, 2 horas para jurisprudência, 2 horas para questões e 2 horas para temas doutrinários, nessa ordem. Quanto aos temas doutrinários, escolhia aqueles assuntos com uma carga doutrinária mais densa (v.g. parte geral de direito penal) para assistir novas videoaulas ou ler PDFs. Nunca utilizei livros de doutrina, salvo para a matéria de Humanística. Prefiro aulas e isso deu certo para mim.

Apesar de ter os 3 turnos do dia livres, minha meta era estudar “apenas” 8 horas líquidas. Penso que esse seja o limite de um estudo saudável, de uma trajetória leve. Além disso, nunca deixei de fazer atividade física. Estudava de segunda a sexta nesse esquema e, aos sábados ou aos domingos, realizava simulados e corrigia-os. Em maio de 2022, me casei e me mudei para Vitória da Conquista (BA). Inicialmente, estava um pouco perdida com tantas mudanças. 

Pouco tempo depois, foi publicado o edital da AGE/MG. Senti que precisava de um edital aberto para voltar aos trilhos dos estudos e decidi me inscrever. A prova estava agendada para dezembro, de forma que eu teria quase 6 meses para me preparar e incluir as matérias específicas do edital.

Estudei com muito afinco e, surpreendentemente, consegui atingir a nota de corte. Estava, pela 1ª vez, numa 2ª fase. Por ser inexperiente e por não me julgar preparada para essa fase, não me preparei da melhor forma. Também tive uma pequena vivência de síndrome do impostor, pois sabia que enfrentaria uma concorrência especializada em provas de advocacia pública, ao passo que estudava para essa carreira havia apenas 6 meses. Não avancei para a prova oral. O concurso tinha cláusula de barreira e eu fiquei de fora. 

Como estava imersa no mundo das procuradorias e havia colhido bons resultados, decidi me inscrever nas provas das 3 carreiras da AGU e me preparei com muito esforço e organização. Estava confiante. Porém, decepcionantemente fiquei de fora da 2ª fase por 1 ponto na AGU e na PFN, e por 3 pontos na PGF, embora estivesse fazendo o corte antes das anulações. Aquilo não me abalou, fui confiante prestar as provas do MPBA e do TRF1 pouco tempo depois, em julho/2023. Eram grandes oportunidades: continuar em casa, morando na Bahia e ocupar cargos incríveis.

Com muita alegria, fui aprovada para a 2ª fase dos 2 certames. Minha preparação para as discursivas foi bem mais organizada dessa vez, apesar de eu sinceramente acreditar que ainda não atingira o nível necessário para avançar à oral. Qual não foi minha surpresa quando, em out/2023, obtive uma excelente nota na 2ª fase do MPBA. Porém, a alegria deu lugar ao desespero quando percebi que só completaria os 3 anos de prática em jan/2024. Entretanto, várias intercorrências administrativas atrasaram o andamento do certame e, em 18/01/2024, meu aniversário e 3 dias após eu completar os 3 anos de prática, reabriram o prazo para envio dos documentos da inscrição definitiva.

Comecei a me preparar desesperadamente para a prova oral. Treinava todos os dias de 2ª a 6ª com os colegas, mas estava muito perdida. Nunca imaginei que, numa prova com 82% de reprovação, eu seria uma das aprovadas, sendo tão inexperiente e estando com tanto medo. Foi realmente um milagre.

Em março/2024, foi publicado o resultado das discursivas do TRF1. Tive uma nota altíssima e, ciente do peso dessa prova, desabei chorando, porque tinha certeza da reprovação na sentença criminal. Sabia que não tinha feito uma boa sentença. Em junho/2024, saiu o resultado das sentenças, depois de tanta espera. Como já imaginava, reprovada na sentença criminal, mas surpreendida com uma nota altíssima na sentença cível. 

Foi meu pior momento na trajetória dos concursos. Toda a resiliência que manifestara até ali caiu por terra. Sentia que estava perdendo, com toda a certeza, a maior e melhor oportunidade de toda a minha existência. A única coisa que me sustentou foi a aprovação no MPBA, se não fosse isso, talvez teria desistido de concursos ali mesmo, de tão mal que fiquei. Chorei várias vezes, sendo que nunca havia chorado por uma reprovação, mesmo já tendo ficado por 1 ponto 3 vezes.

Por outro lado, sabia que eu era a única responsável por aquele resultado. A banca não havia sido injusta na correção, minha sentença realmente não merecia uma nota 6. Porém, após conversar com alguns amigos, decidi recorrer. Precisava de 0,56 ponto, e tinha contra mim não só o fato de minha sentença estar ruim, mas também o antecedente de nenhum dos 671 recursos da fase discursiva ter sido provido pela comissão de concurso.

Não sei de onde tirei coragem e criatividade para redigir aquele recurso, só sei que em julho/2024 ele foi provido, no que foi um dos dias mais felizes da minha vida. Ali, eu sabia que tudo daria certo no final. Fiz uma preparação de prova oral super organizada, sem neuroses e confiando na minha capacidade. Meus resultados até ali e também alguns sinais que recebi dos céus, esses vários milagres que Deus operou na minha vida, sussurravam em meus ouvidos que aquela era a minha prova.

Nesse meio tempo, fui aprovada também para a 2ª fase da DPMG e da PGESP. Diferentemente do MPBA e do TRF, esses foram certames tranquilos e sem grandes acontecimentos. Ambos, é claro, me trouxeram muita felicidade e orgulho. Na DPMG, fui até o fim, sendo aprovada no concurso. Senti-me honrada por ser considerada apta a fazer parte dos quadros dessa instituição admirável e tão necessária ao Estado Democrático de Direito. Já a PGESP, abandonei e não realizei a prova de 2ª fase, pois a data coincidia com o curso de prova oral do Júlio César para o TRF1.

Em 31/10/2024, atingi a tão sonhada aposentadoria dos concursos. A sensação de vazio que experimentei ao reprovar na sentença criminal me fez ter certeza de que a magistratura era meu sonho. Todas as provas de outras carreiras que realizara até ali foram, de certa forma, decisões racionais, mas o coração sempre bateu mais forte pela magis. Estou infinitamente realizada com a aprovação no TRF1.

ESTUDAR envolve, principalmente, organização. E acredito que esse tenha sido o diferencial que me permitiu SABER, ou seja, conseguir aplicar com eficiência as informações que obtinha durante o estudo. Além disso, foi o que me deu força suficiente para AGIR, sem me acovardar diante dos desafios que apareceram nessa jornada. Por fim, foi a reunião desses fatores que me permitiu VENCER, ao atingir a meta que tracei há anos. Muito obrigada!!! 


  Pessoal, trago hoje a trajetória de @julio.cesarsds, juiz do TRF4, cujo perfil desde já indico (não só pelas excelentes dicas de concurso,...

 



Pessoal, trago hoje a trajetória de @julio.cesarsds, juiz do TRF4, cujo perfil desde já indico (não só pelas excelentes dicas de concurso, mas também pelas dicas de direito administrativo). Júlio, na segunda graduação, foi um estrategista para passar em concurso. Os resumos para ele ajudaram a enxugar o material e a revisar mais rapidamente. Com algumas adaptações, foi também o que fiz na minha jornada! Não há método infalível: há métodos que funcionam mais ou menos a depender do perfil de aprendizado de cada um! No final, sendo ou não a primeira graduação, como bem disse o @julio.cesarsds, o tempo sempre vai passar! Nunca é tarde para correr atrás dos sonhos! 👏👏

Me chamo Júlio César, tenho 34 anos, sou natural de Natal/RN, formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e aprovado no último concurso para Juiz Federal Substituto do TRF4. 

Minha história com os concursos públicos foi iniciada no ano de 2008. Naquele momento, era recém-ingresso no curso de Biomedicina na UFRN e necessitava de recursos para me sustentar e colaborar financeiramente em minha casa. Então um belo dia tomei conhecimento da publicação do edital do Ministério da Saúde e constatei que havia previsão de vagas “em casa”. Fiz um rápido planejamento de estudos, busquei materiais e dicas na internet e decidi encarar o desafio de aprender diversas matérias (inclusive de Direito) em 2 meses e meio. Não me perguntem como, mas consegui a aprovação e alguns meses depois estava empossado no meu primeiro cargo público.

Após cerca de 1 ano e meio fiz a prova de Técnico do MPU, fui aprovado e logo tomei posse. Foi nesse momento que “me apaixonei” pelo Direito e decidi cursá-lo tão logo terminasse a minha primeira graduação. E assim fiz: colei grau em uma sexta-feira e iniciei o curso de Direito na segunda-feira subsequente. E aqui já fica um conselho para os que acham ser tarde demais para mudar de carreirafazendo ou não um novo curso, o tempo passará da mesma forma. Quanto mais o início for adiado, mais tarde seu sonho será realizado.

Permaneci no MPF por quase 12 anos, sendo os últimos 4 anos e meio como assessor. Às vésperas das segundas fases do TRF3 e do TRF4 tomei posse como Analista Judiciário do TRT21, onde permaneci por pouco mais de 1 ano. Por fim, em 01/12/2023, encerrei a minha jornada nos concursos públicos depois da posse no cargo de Juiz Federal Substituto do TRF4, após 5 anos de estudo pós-formatura.

Antes de iniciar os estudos para concursos de carreiras jurídicas, pesquisei muitos depoimentos de aprovados para compreender melhor não apenas os métodos de estudos, mas também para entender quais habilidades deveriam ser desenvolvidas para a aprovação em cada uma das fases. A partir de então, como um bom “obcecado” por eficiência e planejamento, tracei a minha estratégia de estudos e inicieia sua execução ciente de que, invariavelmente, deveria fazer alguns ajustes durante o caminho.

Costumo dividir meu estudo em 3 fases: 1) preparação de um material próprio, fonte única de estudo; 2) revisão constante do material, com posterior leitura da legislação correspondente no vade mecum; e 3) estudo de reta final, com atenção às particularidades da prova e aos examinadores, bem como o preenchimento de lacunasidentificadas a partir dos simulados.

A estratégia escolhida foi a seguinte: adotei um manual de cada matéria e passei a resumi-los (digitado) para deixá-los com ainda mais “cara de concurso”, com informações cirúrgicas e efetivamente relevantes. A lógica era dar um passo para trás para posteriormente dar dois para a frente. Ter um pouco de doutrina/jurisprudência/legislação em um lugar só. Levaria mais tempo para ter condições de fazer provas, mas em contrapartida não teria gastos constantescom livros ou trabalho para grifá-los novamente, procurando eventuais atualizações. Todos os materiais ficariam à minha disposição na palma da mão e seriamuito rápido e simples atualizá-los com a jurisprudência mais recente ou mesmo informações que eu não tinha conhecimento. Após cerca de 1 ano e meio os materiais das principais matérias estavam prontos e cada vez mais os aprimoreiIniciei, então, a segunda etapa dos estudos: a revisão.

Passei a revisar as matérias a partir dos meus materiais, que já estavam bem mais curtos que manuais ou mesmo sinopses (acreditem, mesmo nas sinopses há muita informação não relevante). Após a leitura do material (que cada vez era mais rápida, já que o arquivo era o mesmo),lia a legislação correspondente no vade mecum e/ou consultava o buscador do Dizer o Direito.

E foi assim a construção da famosa “base”.

Preparado todo o material e iniciadas as revisões, o terceiro passo foram as retas finais. Aqui, a estratégia variava de acordo com o perfil do cargo, o conteúdo programático e a banca examinadora. Em resumo, diminuía o ritmo de leitura dos meus materiais (salvo nos assuntos eminentemente doutrinários), pois seu teor já estava bem sedimentado, e focava na leitura da legislação e da jurisprudência, assim também a realização de questões/simulados.

Diante da ausência de concursos para a magistratura federal, decidi prestar provas da advocacia pública, carreira que, ao menos em relação ao conteúdo programático, muito se aproxima das matérias que estava estudando. Pensei ser uma boa estratégia para ganhar experiência e ritmo de prova até que fossem publicados os editais da magistratura federal. Reprovei nas primeiras fases dos dois primeiros concursos que fiz: PGE/PB e PGE/CE. Foram pancadas duras, mas hoje entendo perfeitamente o motivo de cada uma delas.

Em 2022 foi lançado o edital do TRF4. Ajustei os estudos para as suas especificidades e encarei a prova com poucas expectativas de aprovação. Fase a fase o sonho foi ficando mais próximo, até que no dia 05/10/2023 entrei no auditório do TRF4 para fazer a minha primeira prova oral. Nunca estive tão tranquilo como naquele dia. E lá entrei com a certeza de que fiz tudo que poderia ser feito e quenão há doença, problema ou dificuldade que impeça Deusde cumprir os seus propósitos. Poucos dias depois recebi a notícia da aprovação e, enfim, estava tudo consumado.

Por fim, deixo uma reflexão. A meu ver, os dois maioresdesafios na preparação são: 1) encontrar o método que mais funciona para você, pois é a partir daí que será possível extrair o seu melhor e obter resultados mais rápidos; e 2) ter humildade para reconhecer seus erros e limitações (e corrigi-los).

Provavelmente você já deve ter ouvido que fazer resumos é uma perda de tempo, mas pra mim foi justamente o contrário. Não existe método milagroso nem mágica, mas autoconhecimento e constância nos estudosConfie no seu método e prossiga. Sobre a humildade, levo comigo o seguinte ditado: “para correr é necessário antes aprender a andar”. De nada adianta dominar a doutrina dos 7W dourados da criminalística quando não se tem sequer o mínimo domínio do conceito analítico do crime. Tenham em mente que o aprendizado é um processo lento e necessário para o bom exercício do cargo a ser ocupado.Cuidado com a vaidade, ela é a maior inimiga da aprovação.

Termino o texto deixando a mensagem de que no final tudo valerá a pena. É uma mensagem clichê, mas que representa bem a sensação que vocês sentirão no momento da posse. Tudo isso é uma fase e, como tal, tem início, meio e fim. Permanecemos no “meio” na maior parte do tempo, sem perspectivas, mas de repente o fim chega. E é nesse momento que você agradecerá a si mesmo por ter persistido no processo.

 

 







 







 

Avô, pai e marido. Aprovado com 46 anos. Superou uma doença difícil. Eis a trajetória de Marcos Rogério Sanches, aprovado para promotor do M...




Avô, pai e marido. Aprovado com 46 anos. Superou uma doença difícil. Eis a trajetória de Marcos Rogério Sanches, aprovado para promotor do MPSP (95º concurso) e à espera do resultado da prova oral do TJSP (concurso n.º 190)! Vale muito a pena a leitura e aprendizado, sobretudo pela lição de gratidão, que só costuma surgir quando cientes ficamos da finitude da vida! Aproveito para agradecer os elogios! Fico muito honrado mesmo, ainda mais vindo de você, Marcos! 


Olá, Amigos e Amigas,

De início, minha gratidão ao Professor Julio César pelo honroso convite para compartilhar, de forma breve, essa longa história que me trouxe até a sonhada aprovação em um concurso de carreira jurídica, no 95º Concurso para Promotor de Justiça do Estado de São Paulo. O Professor Julio é um daqueles seres humanos que a gente sente que desenvolve uma missão de vida que transcende a sua própria existência, pois sua cordialidade, lhaneza no tratamento, empatia e sua humanidade tornam o seu brilhantismo ainda mais admirável. Olhando o caminho percorrido, não é possível pensá-lo sem os seus ensinamentos! Muito, muito, muito obrigado, Professor.

Sou Marcos Rogério, tenho 46 anos de idade, e sou de Avaré, cidade no interior do Estado de São Paulo. Filho da dona Marta e neto da dona Hermínia, mulheres fortes e batalhadoras que me criaram e educaram com as maiores riquezas que uma criança pode estar cercada: Amor e Cuidado. Minha família sempre foi muito unida; mãe, avó, tio, tias, primos e primas, formando uma base de princípios que tocam minha existência.

Minha infância foi típica de uma criança que vivia em uma cidade do interior (naquela época). Jogando futebol nas ruas de terra, caminhando até a escola em grupos de amigos, correndo pelas ruas e andando de bicicleta à noite, até o limite da percepção de que aquela seria, de fato, a última vez que a mãe estava chamando para entrar para o banho, antes de uma bronca mais incisiva ou uma boa chinelada...rs

Me tornei pai logo após o término dos estudos do segundo grau, aos 18 anos, e isso não me permitiu pensar em cursar uma formação superior naquele momento. A busca por ser um bom pai sempre foi um fator determinante na minha vida, pela ausência dessa figura no meu desenvolvimento na infância. É algo que me move, e que sempre me motivou a buscar, por meio do acesso aos cargos públicos, a possibilidade de proporcionar uma boa formação e condições para que meus filhos pudessem se desenvolver bem, e serem cidadãos de valor, fiéis à família, aos bons princípios e ao grupo social. É uma missão em constante construção.

De meu primeiro casamento tenho três filhos: o Bruno, o Lucas e o Matheus. A vida me presenteou ainda com uma filha de coração, a Michelle, filha da minha esposa, Neyde, e pela qual guardo o mesmo Amor Filial. Sou avô do Lorenzo, da Lara e do Theo, crianças maravilhosas que chegaram para nos mostrar que o Amor não encontra limites, e que uma Família pode sempre encontrar novos motivos para celebrar.

Desde os 19 anos sou servidor público. Em 1998 tomei posse como Agente de Segurança Penitenciária, no Estado de São Paulo. A função é desafiadora, mas nela encontrei colegas de profissão incríveis, com amizades que perduram desde então.

Em 2005, após o fim do meu primeiro casamento, iniciei o Curso de Direito, algo que transformou minha história de vida. Em que pesem as dificuldades desse período: a reconstrução financeira após o fim de um relacionamento; a distância momentânea dos meus filhos que foram residir em outra cidade; conciliar trabalho e estudos; procurei aproveitar ao máximo o curso, que fiz em minha cidade, na Faculdade Eduvale de Avaré, pela qual guardo profunda gratidão, e grande admiração a todos os professores que auxiliaram nesta formação, e que muitos hoje tenho a honra de serem meus amigos.

Junto com os conhecimentos provenientes do estudo jurídico veio também uma profunda admiração e respeito pelas carreiras de Juiz de Direito e de Promotor de Justiça. No entanto, via essas carreiras como um sonho muito distante, até mesmo inalcançável a alguém com esse histórico de vida, que com dificuldade vencia o desafio de cursar o ensino superior.

Em 2008, meus três filhos vieram morar comigo em Avaré. Um momento de extrema felicidade, e também muito desafiador, pela necessidade de conciliar a paternidade solo com o trabalho e a faculdade.

Mas Deus, sempre presente em nossas vidas, prepara com sabedoria todos os passos de nosso caminhar! E os desafios se tornam possíveis de serem vencidos quando temos pessoas generosas e amorosas ao nosso lado.

Nesse período, namorava com a agora minha esposa, Neyde. Gostaria de escrever muitos capítulos de minha vida dedicados a ela. Esteve sempre presente na organização da rotina dos meus filhos, me apoiou durante a faculdade, o estudo para concursos, e nos momentos mais felizes e mais desafiadores estivemos sempre juntos. Algo que só o Amor Verdadeiro pode explicar.

Ao final da faculdade, em 2009, logrei aprovação no Exame da OAB, e na mesma semana, em um concurso de nível médio da Receita Federal, como Assistente Técnico Administrativo. Minha formatura foi um momento de enorme felicidade, pela gratidão de ver como minha vida e da minha família era transformada.

Em 2014 fui nomeado para o cargo de nível superior de Analista Judiciário da Justiça Federal do Paraná, onde exerço minhas funções (em abril/2024) na Subseção de Jacarezinho/PR, junto a Magistrados Brilhantes e imbuídos de profunda generosidade e humanidade, e amigos de trabalho espetaculares. 

Com o acesso a esse cargo público tive a possibilidade de propiciar a meus filhos uma boa formação educacional, e me proporcionou uma estabilidade de vida que me fez deixar de lado aquele sonho de me tornar Juiz ou Promotor.

No ano de 2017 vivemos um dos momentos mais desafiadores de nossas vidas. Em exames de rotina, descobri uma neoplasia maligna na bexiga.

Foi uma fase muito difícil. A percepção da finitude da vida como algo concreto e imaginariamente próxima com o diagnóstico de um câncer é algo que redefine nossa forma de enxergar a família, os autocuidados, os problemas, a vida em geral. É um exercício de ressignificação da vida.

Entre 2017 e 2019 realizei três cirurgias, muitos procedimentos de controle no centro cirúrgico e, após a última cirurgia, em 2019, conseguimos a remissão da doença. Exames de controle continuaram a cada 6 meses, sem retorno da doença.

A obtenção desse milagre de cura foi algo também transformador. Sentir o Poder de Deus agindo em nossas vidas é algo que nos faz pensar que para os desígnios Dele não há limites, não há “impossível”.

E foi nessas circunstâncias que o sonho de me tornar Juiz ou Promotor ressurgiu. Após um milagre tão poderoso que era o de estar vivo e ser curado, porque o sonho de ser Juiz ou Promotor seria impossível?

E assim, no início do ano de 2020, após conversar com minha esposa sobre esse desafio, esse projeto teve início. Organizei um planejamento de estudos e comecei a me dedicar, diariamente, a esse desafio.

Em 2022, mantida a rotina de dedicação e com a retomada de realização de provas após aquele período da pandemia, realizei 4 provas para a magistratura: 2 para juiz estadual e 2 para juiz federal. E nessas 4 provas fiquei a 1 ponto para avançar às segundas fases. Foi um momento de profundo questionamento. Me recordo do pensamento de que já teria chegado ao meu limite de estudos e de conhecimento, e que eles poderiam não ser suficientes para ser competitivo e avançar nas provas.

Minha esposa, Neyde, em sua sabedoria, me convenceu que poderia ser justamente o contrário, pois demonstrava que eu estava muito próximo do resultado, e que desistir não era uma opção. E ela estava certa!

Logo após esse período, mantendo a constância da preparação, consegui avançar para a segunda fase do 94º para Promotor de Justiça de São Paulo, mas por alguns décimos não avancei à fase oral.

Depois, após o início de 2023, recebi com a alegria o resultado de ter avançado às segundas fases dos concursos de Juiz do TJMG, TJMS, TJSP, e TJPR, e para Promotor de Justiça de SP no 95º Concurso.

Pela coincidência de datas e por ser de SP, realizei as segundas fases do TJSP e do MPSP, apenas. E consegui avançar à fase oral de ambos.

Hoje, tenho a exata noção de que não estava preparado para enfrentar o desafio de uma segunda fase em momentos anteriores (lá quando fiquei a um ponto do corte), e que me foi possível avançar justamente quando essa fase da construção de conhecimento foi adequada a este enfrentamento. Foi uma lição dolorosa, à época.

A fase oral foi a mais desafiadora na minha preparação. A possibilidade de se ver avaliado, instantaneamente, de forma direta e pública me causava muito temor. Por isso, logo após o resultado do TJSP procurei o Professor Julio e fui acolhido por ele sua equipe. Seu curso de oratória e retórica é, como todos dizem, um divisor de águas na percepção do que representa a prova oral.

Fiz outro curso e também treinamentos de arguição, já estudando com base nos aprendizados do curso com o Professor Julio.

Em março de 2024, uma semana antes de meu aniversario de 46 anos, ouvi, ao lado de minha esposa, dois de meus filhos, e dois de meus netos, meu nome sendo pronunciado pelo Secretario da Banca do 95º Concurso para Promotor de Justiça do Estado de São Paulo, na sessão de resultado. Fomos tomados por um grito e um choro de alegria incontroláveis, em abraços que ainda sinto, a todo momento. Uma emoção sem igual. Era mais um milagre de Deus sendo operado em nossas vidas, havia sido aprovado para Promotor de Justiça de São Paulo!

Me submeti, nesta semana (em 03/04/2024), à prova oral do 190º Concurso para Juiz de Direito do Estado de São Paulo, cujo resultado será divulgado futuramente. Estudei o melhor que me foi possível, e busquei lutar pela realização de uma boa prova da melhor forma que pude, de modo que o final desse concurso me será justo, seja qual for o resultado que dele provenha, pois sinto que fiz o meu melhor.

Aos que tiveram a generosidade e a paciência de seguir até estas linhas, e que possam ter encontrado alguma identificação por viverem e vencerem, diariamente, desafios muito maiores que esses que estiveram presentes nesta minha história, gostaria de compartilhar uma mensagem de fé, de que é preciso agir mesmo nos momentos de desconforto e acreditar que existe um Deus que nos guia sempre pelos melhores caminhos, ainda que só possamos perceber isso mais à frente nessa caminhada.

Essa não é a história de alguém genial, com inteligência acima da média, mas sim de uma pessoa comum, de origem humilde, que via no acesso ao serviço público uma oportunidade de mudar sua realidade de vida e que, com dificuldade, esperança e constância foi caminhando, anos e anos, até que seu sonho está se realizando.

É preciso lutar pelos sonhos, trabalhar duro por eles, e se contarmos com o apoio e o Amor de familiares e amigos, essa batalha será mais suportável.  É necessário saber que esse caminhar não será fácil e nem breve (na maioria das vezes), mas que nele existem belezas, encontros, novas amizades, e a construção diária de um ser diferente, melhor e mais próximo do seu objetivo.

Há no final do filme Todo Poderoso, destaque à frase “Seja um milagre”. Mas a vida com Deus é tão poderosa a todo tempo, que penso que o correto seria “Viva o milagre” que Ele nos prepara todos dias, com o dom de estarmos vivos, e lutando por nossos objetivos e nossos sonhos, ainda que, em algum momento, eles pareçam impossíveis. Deus nos abençoe a todos e que o “impossível” de cada um se realize! Fraternal abraço. Marcos Rogério Sanches.















 








 

Trago hoje a trajetória da @concurseirabel, aprovada no TJAL, MPRS e TJSP 189! A jornada da @concurseirabel é muito interessante para perceb...


Trago hoje a trajetória da @concurseirabel, aprovada no TJAL, MPRS e TJSP 189! A jornada da @concurseirabel é muito interessante para percebermos como a rota sonhada às vezes não é a rota ideal; tivesse sido aprovada no TRF, não teria experiência com a magistratura estadual, que se tornou a carreira desejada; tivesse tomado posse no TJAL, talvez não tivesse o mesmo rendimento que obteve no TJSP e MPRS. E assim sucessivamente. O que compete a nós? Resiliência. Parabéns, @concurseirabel! Muito sucesso no TJSP!

O desejo de ser Juíza nasceu em mim quando tinha cerca de 12 anos quando meu avô me disse que eu tinha o perfil de magistrada. Ninguém na minha família é ou foi do Direito, mas ali eu decidi o caminho que queria traçar.

Conclui a faculdade de Direito na PUC/RS em janeiro de 2013 e decidi que iria advogar até concluir a minha outra faculdade em andamento (Letras-Inglês) para só então me dedicar ao concurso público.

Assim, em agosto de 2015 saí do escritório onde trabalhava para fazer uma Pós-Graduação em Direito Público, que também era um preparatório para concurso público de juiz federal (que era meu objetivo inicial).

Comecei os estudos através de doutrina, pois sempre preferir ler a assistir aulas on-line (algo estritamente pessoal). Lia e resumia no computador a doutrina, pois sou do tipo que precisa sempre escrever para gravar. Com cerca de um ano de estudos fiz o TRF3, TRF4 e MPF, tendo ficado longe do corte por cerca de 5 pontos.

Percebi analisando as provas que precisava focar em lei seca. Como não gostava da ideia de ter que “decorar” a lei e sempre gostei de fazer resumos, optei por fazer “esquemas” de lei seca: lia toda a lei e depois escrevia num papel na ordem que fizesse mais sentido na minha cabeça a lei adicionando jurisprudência. Cerca de 10 dias antes do TRF2 (2017) revisei todos esses esquemas e logrei minha primeira aprovação em prova de magistratura.

Ai percebi que este esquema funcionava para mim: já tinha criado a “base” com a doutrina e passei a fazer esquemas da lei seca, questões e lia os informativos e nos sábados treinava sentenças e discursivas. Passe na 1 fase do TJSP e TRF5 (2017), TJRS, TRF3, TRF2 (2018). (durante 2018 trabalhando em um escritório de advocacia). Na época queria muito passar no TRF3 e fui aprovada nas discursivas e sentença penal, rodando por 0,6 na sentença civil.

Como qualquer um, fiquei arrasada e passei a questionar meus métodos. Comprei um cursinho e passei um ano quase assistindo video aula. Hoje vejo que foi muito pouco produtivo para mim, mas logrei aprovação na objetiva do TJAL em 2019 (trabalhava como professora de inglês).

Em 2020 uma reviravolta: comecei a assessorar uma querida amiga no TJPR. O dia a dia da Justiça Estadual me cativou e decidi que iria focar meus estudos na Justiça Estadual (para saber os motivos tem fiz um post sobre isso). Antes disso somente fazia provas estaduais no TJRS (onde morava) e TJSP (onde meu noivo morava)(TJAL foi uma decisão espontânea que deu certo!). 

 A decisão veio em bom tempo: maio de 2020 soube que estava aprovada para a oral do TJAL.

A etapa dissertativa sempre foi minha maior dificuldade. Hoje pensando sobre o assunto acho que é porque eu era muito objetiva. Escrevia exatamente o que me pediam. Nem mais nem menos. E nessa etapa e na oral há muito subjetivismo, então mostrar para seu examinador conhecimento é imprescindível, mesmo que não seja exatamente o que ele te perguntou.

A etapa oral foi a mais desafiadora mentalmente, mas também a que eu mais consegui demonstrar conhecimento. Depois que entendi (com a ajuda do Júlio!) que ninguém sabe tudo, que está tudo bem não saber alguma pergunta e que a resposta não precisa ser perfeita, passei a me preparar de uma forma um pouco mais leve para os exames orais.

Em 2021 fui aprovada no TJAL, mas até o momento sem ser nomeada. Segui fazendo a 2 fase do TJPR, MPRS e TJSP e em 2022 fui aprovada no MPRS e TJSP (onde vou ficar). 

Qual o segredo? Resiliência. Acreditar que Deus tem planos para você, fazer a sua parte e confiar. Imagina se tivesse passado lá no TRF3 quando eu queria tanto? Não me descobriria na Justiça Estadual. Imagina se fosse nomeada logo de cara no TJAL? Talvez não tivesse a disciplina de continuar estudando para chegar ao meu sonho no TJSP. 

É só ler o depoimento de mais três aprovados aqui no perfil do Júlio que você verá histórias e caminhos diferentes que levam ao mesmo resultado. Pessoas que trabalharam e estudaram, que só estudaram, com filhos, sem filhos. A única coisa comum? Resiliência.

 

Trago hoje aqui a trajetória da Consuello Alcon, aprovada para promotora do MPPR e que tomará posse em breve! Fico, em primeiro lugar, muito...


Trago hoje aqui a trajetória da Consuello Alcon, aprovada para promotora do MPPR e que tomará posse em breve! Fico, em primeiro lugar, muito feliz por, de algum modo, ter ajudado a encontrar o caminho que funcionou melhor! Estudar por resumos ou grifos; com ou sem questões; deitado ou sentado; o cardápio, enfim, é infinito: busquemos, então, aquilo que funciona para o nosso perfil de aprendizado e rotina! Não há segredo: erro e acerto! Como bem observou Consuello, devemos estar preparados, inclusive, para dar um passo para trás: "Nada disso, no entanto, pode funcionar para você. Por isso quis escrever esse depoimento, compartilhar o que deu certo, mas, principalmente, dizer para construírem e confiarem no seu próprio jeito de estudar, no seu material e no que vem te acompanhando até aqui. Se nada parece dar certo ou se você não sabe como estudar, não tema dar um passo atrás." Parabéns, Consuello! Muitas felicidades na nova carreira!!

Desde o início da estudo para concurso eu venho constantemente neste perfil em busca de inspiração e informação nos depoimentos de aprovados. Ao mesmo tempo, eu adorava imaginar o que escreveria no dia em que chegasse o momento de contar a minha história até a aprovação. É, chegou a minha vez.
Me chamo Consuello Alcon Fadul Cerqueira e fui aprovada no último concurso para promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná. Sou mineira, mas me formei em Direito na Universidade Federal Fluminense em Niterói, Rio de Janeiro. Influenciada pela carreira na advocacia da minha mãe e inspirada por um professor, minhas aspirações durante a faculdade eram a advocacia e o magistério. Tão logo conclui a graduação, comecei a advogar e, concomitantemente, a cursar o mestrado na PUC-Rio.

Foi no encontro dessas duas carreiras que a admiração pela atuação do promotor de Justiça e o desejo de ingressar nos quadros do Ministério Público surgiram e foram crescendo em mim. A pandemia trouxe muitas mudanças e a coragem para alterar o rumo, todos os projetos de vida, e ir atrás daquilo pelo que finalmente me senti vocacionada.

Após pouco mais de três anos atuando como advogada, comecei os estudos em agosto de 2020. A vida inteira fui uma pessoa e aluna extremamente comprometida e absolutamente fã de rotina. Por isso, dediquei as primeiras semanas para juntar informações sobre o universo dos concursos. Conversei com colegas, pesquisei cursos, segui inúmeros perfis no Instagram até que, já alguns meses após iniciar os estudos, cheguei no perfil do Júlio César de Almeida.

Absorvi inúmeras histórias contadas nesse perfil e a inesgotável fonte de conhecimento compartilhada no seu blog. Disso pude tirar duas princiais lições que foram essenciais para minha evolução.

A primeira foi entender que existem realidades diferentes de estudo e todas levam à aprovação. Há aprovados que “só” estudavam, outros com trabalho e filhos, uns constam horas líquidas, há quem não faça questões e até quem quase não lia lei seca, há quem estude na cama, outros só com cronograma, métodos e cadernos coloridos. Eu, em meio a uma bagunça sem tamanho e canetas bic. O que importa é que o estudo seja uma importante parte da sua vida.

Mas isso não é suficiente, é preciso estudar com qualidade e, aí, entra a segunda lição. Não existem verdades universais quando se trata de métodos de estudo. Ainda que possam te dizer diferentes formas de se estudar, ninguém poderá te dizer qual A melhor forma para você aprender e absorver esse conhecimento (e lembrar na hora da prova). 

A vida inteira eu estudei fazendo resumos à mão e obtive sucesso nas provas, vestibular e no mestrado, mas, quando comecei o estudo para concurso só se falava em grifos e que resumos à mão eram perda de tempo. Então, eu achei que devia fazer isso também. Foram meses grifando materiais até aceitar que aquilo não funcionava para mim, eu não guardava a informação e precisei recomeçar.

A partir daí, estudei todas as disciplinas fazendo resumos de doutrina no papel. A maioria dentro do próprio vade mecum, inúmeros post-its e notas de rodapé foram necessários. As matérias mais teóricas e complexas ganharam cadernos próprios (Penal, Consititucional, Administrativo e Processo Coletivo). A inspiração para esse sistema veio do próprio depoimento do Júlio César, que mostra com detalhes em seu blog.

Além disso, diferentemente de muitas recomendações, eu sempre estudei ouvindo música e não só música clássica ou com ondas para concentração. Grande parte do tempo ouço músicas com letra e aquelas que gosto e me estimulam. É essa afetividade que me ajuda a concentrar. Para a segunda fase do MPPR, por exemplo, ouvia “Unstoppable” da Sia diariamente e sem parar. 

Eu também malhava pelo menos cinco vezes na semana em todo esse período, inclusive durante o estudo para prova oral. Atividade física sempre foi uma parte importante da minha vida e, para mim, não teria existido aprovação sem ela. Inúmeros colegas aprovados também praticavam atividade física, então, não se culpe se mantê-la seja seu desejo, mas adapte-a à sua realidade atual. É importante ter algo que seja saudável e prazeroso na sua rotina.

É claro que também houve renúncias, dúvidas, estudos às 5h e culpa quando saía para me divertir. Não preciso detalhar aqui as abdicações necessárias no estudo para concurso, pois cada um sabe as exigências e o custo que experimentam. 

Preciso dizer, no entanto, que, para mim, todos valeram a pena. Claro que pela aprovação, mas não só por ela.  Eu fui muito feliz enquanto estudava. Foi um processo de luta e autoconhecimento enorme. O concurso nos ensina a ser resilientes e a acreditar, características que serão também necessárias no exercício da profissão. É importante enxergar essa fase como crescimento, especialmente diante da responsabilidade que nos aguarda após a posse.

Como sei que concurseiro adora saber um pouco de método e rotina, vou narrar brevemente o que fazia no período de estudo e deu certo. Comecei estudando seis disciplinas principais, cada uma duas vezes na semana e duas por dia. Isso foi bom para mim porque pude avançar mais rapidamente nelas e a frequência me ajudou a gravar melhor as informações.

Por outro lado, quando cheguei na segunda fase do MPPR, ainda não havia estudado disciplinas que são importantíssimas para as provas de Ministério Público, como ECA, Direitos Humanos, Difusos no geral, e outras também cobradas, como Empresarial e Tributário. Foi um período sofrido para “correr atrás” desse conhecimento em menos de dois meses. Deu certo, mas minha nota no grupo de difusos foi bem ruim e, por pouco, não me tirou do concurso. Mesmo na primeira fase, das 20 questões desse grupo só acertei 11.

Voltando à rotina, à doutrina eu somava doses diárias de lei seca pura e algumas questões. Lia os informativos aos finais de semana, direto no site dos tribunais, mas, para os mais importantes ou complexos, usava o Dizer o Direito. Também usava o buscador quando estudava doutrina e ouvia aos dodcasts em momentos “perdidos”, como quando corria ou no trânsito.

Fiquei um ano e meio sem qualquer rede social pessoal. Para mim foi mais fácil não acessar do que limitar o tempo.

Nesse processo de construção de rotina, não posso deixar de mencionar também o material do Meu Esquematizado. O direcionamento indicado em cada ponto das disciplinas e a divisão da rotina me deram a segurança necessária para estudar sozinha e do meu jeito. 

Nada disso, no entanto, pode funcionar para você. Por isso quis escrever esse depoimento, compartilhar o que deu certo, mas, principalmente, dizer para construírem e confiarem no seu próprio jeito de estudar, no seu material e no que vem te acompanhando até aqui. Se nada parece dar certo ou se você não sabe como estudar, não tema dar um passo atrás. Informações qualificadas sobre como identificar erros, como fazer resumos e técnicas de estudo, você encontra aqui e no blog do Júlio César. Dê uma boa olhada e isso não será perda de tempo. Estudar com confiança irá refletir diretamente no seu resultado (e no seu humor para estudar).

Se ficou alguma dúvida ou tenha algo que queiram saber, deixem nos comentários que eu verei e responderei.

Comecei esse texto falando sobre a chegada de momentos importantes e aguardados, mas quero terminar dizendo que o início de tudo está no estudo, na dedicação para uma causa e na trajetória diária de pessoas que querem mudar a própria vida e contribuir positivamente na realidade da sociedade em que vivem. Como me disse uma amiga, esse sonho é um sonho grande e quem sonha grande também passa por muitos desafios, é preciso muita garra. Lembrem-se que o presente é o começo, o início de uma história que será de muito trabalho. Desfrute o caminho.



 








 

Por Lilian Caetano: Durante tempos, incomodava-me o fato de perceber-me "diferente". Não conseguia encontrar a razão de assim acha...


Por Lilian Caetano:


Durante tempos, incomodava-me o fato de perceber-me "diferente". Não conseguia encontrar a razão de assim achar-me "esquisita". Hoje, vejo que esse sentimento de "solidão", de "não pertencimento" foi-me necessário! Claramente, não sou a REGRA, mas sim a EXCEÇÃO! Com aproximadamente 30% do meu cérebro morto em razão de um AVC aos 09 anos, inexplicavelmente sobrevivi, com sequelas mínimas perto das consideráveis lesões cerebrais! Com a capacidade cognitiva intácta, superei as limitações físicas. Na tentativa de ser "igual" as outras pessoas? Não; porque descobri que eu era a EXCEÇÃO em busca de minha melhor versão! Em 2020, a doença autoimune descoberta e relatada em post passado, estremeceu-me! Mais uma vez, fui a exceção - apenas 1% da população mundial tem esse detalhe genético! Precisava ser forte para aceitar as manchas brancas que o vitiligo poderia me trazer! Seriam marcas de que eu não sucumbi diante das adversidades, de que eu resisti aos aos açoites da vida... Não que a vida seja uma inimiga, muito pelo contrário, é seu processo de lapidação para separar os que realmente querem ser GRANDES... Grandes não para diminuir seus semelhantes, porém GRANDES de ALMA, porque pude perceber que a vida não é uma comparação com o próximo a ponto de ser igual ou diferente, como pensava outrora; mas sim uma busca incessante de nossa melhor versão enquanto seres viventes... As manchas brancas apareceram e eu fui receptiva, porque elas são parte de minha história... Em retorno médico, fui exceção novamente, o raro mais uma vez se fez em minha vida - todas as manchas com ausência de melanina repigmentaram-se e o quadro clínico está controlado! E o essencial para isso acontecer foi o controle da minha mente, fato afirmado pelo médico que me acompanha! O corpo físico só nos movimenta, é importante cuidá-lo também, mas quem realmente somos - nossa MENTE! O SEU PODER É SER VOCÊ MESMO, sendo regra ou EXCECÃO! GRATIDÃO por ser diferente e sempre a exceção que me conduziu até onde estou, pessoal e profissionalmente - LILIAN LÍCIA, Juíza de Direito de Minas Gerais, com muita honra por ambas oportunidades de florescer.

"E é por instinto que eu procuro a LUZ, sou GIRASSOL.. 🙏🦋🌻🙏