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  Pessoal, trago hoje a trajetória de @julio.cesarsds, juiz do TRF4, cujo perfil desde já indico (não só pelas excelentes dicas de concurso,...

 



Pessoal, trago hoje a trajetória de @julio.cesarsds, juiz do TRF4, cujo perfil desde já indico (não só pelas excelentes dicas de concurso, mas também pelas dicas de direito administrativo). Júlio, na segunda graduação, foi um estrategista para passar em concurso. Os resumos para ele ajudaram a enxugar o material e a revisar mais rapidamente. Com algumas adaptações, foi também o que fiz na minha jornada! Não há método infalível: há métodos que funcionam mais ou menos a depender do perfil de aprendizado de cada um! No final, sendo ou não a primeira graduação, como bem disse o @julio.cesarsds, o tempo sempre vai passar! Nunca é tarde para correr atrás dos sonhos! 👏👏

Me chamo Júlio César, tenho 34 anos, sou natural de Natal/RN, formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e aprovado no último concurso para Juiz Federal Substituto do TRF4. 

Minha história com os concursos públicos foi iniciada no ano de 2008. Naquele momento, era recém-ingresso no curso de Biomedicina na UFRN e necessitava de recursos para me sustentar e colaborar financeiramente em minha casa. Então um belo dia tomei conhecimento da publicação do edital do Ministério da Saúde e constatei que havia previsão de vagas “em casa”. Fiz um rápido planejamento de estudos, busquei materiais e dicas na internet e decidi encarar o desafio de aprender diversas matérias (inclusive de Direito) em 2 meses e meio. Não me perguntem como, mas consegui a aprovação e alguns meses depois estava empossado no meu primeiro cargo público.

Após cerca de 1 ano e meio fiz a prova de Técnico do MPU, fui aprovado e logo tomei posse. Foi nesse momento que “me apaixonei” pelo Direito e decidi cursá-lo tão logo terminasse a minha primeira graduação. E assim fiz: colei grau em uma sexta-feira e iniciei o curso de Direito na segunda-feira subsequente. E aqui já fica um conselho para os que acham ser tarde demais para mudar de carreirafazendo ou não um novo curso, o tempo passará da mesma forma. Quanto mais o início for adiado, mais tarde seu sonho será realizado.

Permaneci no MPF por quase 12 anos, sendo os últimos 4 anos e meio como assessor. Às vésperas das segundas fases do TRF3 e do TRF4 tomei posse como Analista Judiciário do TRT21, onde permaneci por pouco mais de 1 ano. Por fim, em 01/12/2023, encerrei a minha jornada nos concursos públicos depois da posse no cargo de Juiz Federal Substituto do TRF4, após 5 anos de estudo pós-formatura.

Antes de iniciar os estudos para concursos de carreiras jurídicas, pesquisei muitos depoimentos de aprovados para compreender melhor não apenas os métodos de estudos, mas também para entender quais habilidades deveriam ser desenvolvidas para a aprovação em cada uma das fases. A partir de então, como um bom “obcecado” por eficiência e planejamento, tracei a minha estratégia de estudos e inicieia sua execução ciente de que, invariavelmente, deveria fazer alguns ajustes durante o caminho.

Costumo dividir meu estudo em 3 fases: 1) preparação de um material próprio, fonte única de estudo; 2) revisão constante do material, com posterior leitura da legislação correspondente no vade mecum; e 3) estudo de reta final, com atenção às particularidades da prova e aos examinadores, bem como o preenchimento de lacunasidentificadas a partir dos simulados.

A estratégia escolhida foi a seguinte: adotei um manual de cada matéria e passei a resumi-los (digitado) para deixá-los com ainda mais “cara de concurso”, com informações cirúrgicas e efetivamente relevantes. A lógica era dar um passo para trás para posteriormente dar dois para a frente. Ter um pouco de doutrina/jurisprudência/legislação em um lugar só. Levaria mais tempo para ter condições de fazer provas, mas em contrapartida não teria gastos constantescom livros ou trabalho para grifá-los novamente, procurando eventuais atualizações. Todos os materiais ficariam à minha disposição na palma da mão e seriamuito rápido e simples atualizá-los com a jurisprudência mais recente ou mesmo informações que eu não tinha conhecimento. Após cerca de 1 ano e meio os materiais das principais matérias estavam prontos e cada vez mais os aprimoreiIniciei, então, a segunda etapa dos estudos: a revisão.

Passei a revisar as matérias a partir dos meus materiais, que já estavam bem mais curtos que manuais ou mesmo sinopses (acreditem, mesmo nas sinopses há muita informação não relevante). Após a leitura do material (que cada vez era mais rápida, já que o arquivo era o mesmo),lia a legislação correspondente no vade mecum e/ou consultava o buscador do Dizer o Direito.

E foi assim a construção da famosa “base”.

Preparado todo o material e iniciadas as revisões, o terceiro passo foram as retas finais. Aqui, a estratégia variava de acordo com o perfil do cargo, o conteúdo programático e a banca examinadora. Em resumo, diminuía o ritmo de leitura dos meus materiais (salvo nos assuntos eminentemente doutrinários), pois seu teor já estava bem sedimentado, e focava na leitura da legislação e da jurisprudência, assim também a realização de questões/simulados.

Diante da ausência de concursos para a magistratura federal, decidi prestar provas da advocacia pública, carreira que, ao menos em relação ao conteúdo programático, muito se aproxima das matérias que estava estudando. Pensei ser uma boa estratégia para ganhar experiência e ritmo de prova até que fossem publicados os editais da magistratura federal. Reprovei nas primeiras fases dos dois primeiros concursos que fiz: PGE/PB e PGE/CE. Foram pancadas duras, mas hoje entendo perfeitamente o motivo de cada uma delas.

Em 2022 foi lançado o edital do TRF4. Ajustei os estudos para as suas especificidades e encarei a prova com poucas expectativas de aprovação. Fase a fase o sonho foi ficando mais próximo, até que no dia 05/10/2023 entrei no auditório do TRF4 para fazer a minha primeira prova oral. Nunca estive tão tranquilo como naquele dia. E lá entrei com a certeza de que fiz tudo que poderia ser feito e quenão há doença, problema ou dificuldade que impeça Deusde cumprir os seus propósitos. Poucos dias depois recebi a notícia da aprovação e, enfim, estava tudo consumado.

Por fim, deixo uma reflexão. A meu ver, os dois maioresdesafios na preparação são: 1) encontrar o método que mais funciona para você, pois é a partir daí que será possível extrair o seu melhor e obter resultados mais rápidos; e 2) ter humildade para reconhecer seus erros e limitações (e corrigi-los).

Provavelmente você já deve ter ouvido que fazer resumos é uma perda de tempo, mas pra mim foi justamente o contrário. Não existe método milagroso nem mágica, mas autoconhecimento e constância nos estudosConfie no seu método e prossiga. Sobre a humildade, levo comigo o seguinte ditado: “para correr é necessário antes aprender a andar”. De nada adianta dominar a doutrina dos 7W dourados da criminalística quando não se tem sequer o mínimo domínio do conceito analítico do crime. Tenham em mente que o aprendizado é um processo lento e necessário para o bom exercício do cargo a ser ocupado.Cuidado com a vaidade, ela é a maior inimiga da aprovação.

Termino o texto deixando a mensagem de que no final tudo valerá a pena. É uma mensagem clichê, mas que representa bem a sensação que vocês sentirão no momento da posse. Tudo isso é uma fase e, como tal, tem início, meio e fim. Permanecemos no “meio” na maior parte do tempo, sem perspectivas, mas de repente o fim chega. E é nesse momento que você agradecerá a si mesmo por ter persistido no processo.

A introdução (ou exórdio) das respostas na prova oral pode, por um lado, ajudar a amadurecer as informações. De fato, é difícil lembrar, de ...


A introdução (ou exórdio) das respostas na prova oral pode, por um lado, ajudar a amadurecer as informações. De fato, é difícil lembrar, de imediato e com fluência, os requisitos do ANPP. As cláusulas pétreas. Ou os pressupostos de existência e validade da relação processual. No entanto, a introdução pode, por outro lado, cansar quem escuta. Fatigar. Dar ensejo a interrupções. A linha é tênue entre uma contextualização (“locus controversiae”) e uma fuga temática (“mutatio controversiae”). O examinador questiona sobre a perda de mandato do parlamentar que quebra o decoro; o candidato, em resposta, tece informações concernentes às imunidades parlamentares e ao regime do congressista. Por 10 segundos? 20? 100? Não há uma métrica rigorosa; apenas há uma correlação: quanto mais longa a introdução, maior o cansaço.

Quintiliano, um grande sistematizador da Retórica no século I d.C., já advertiu a inconveniência de apresentar exórdio em determinadas circunstâncias, como, por exemplo, na hipótese de o interlocutor estar sobrecarregado e/ou o tempo disponível ser exíguo. Nesse sentido, basta pensar sob a ótica do examinador que pretende fazer 20 perguntas em 10 minutos. Isso se aplica mais especialmente se o examinador tem a disposição de fazer REperguntas, ou seja, ao dialogar com a resposta pretérita, aumentam-se as interações. 

Em verdade, o espaço que o examinador disponibiliza para o candidato é, em certa medida, reflexo do “projeto de arguição”: se só tem uma pergunta, tolera até informações impertinentes; se trouxe muitas, até informações pertinentes são sufocadas. Adaptar-se a diferentes situações comunicativas, reduzindo ou omitindo a introdução, é um aspecto do que Aristóteles chamou de “prudência” (phronesis). No famosíssimo “A Arte da Guerra”, Sun Tzu já ensinou: “para conhecer o seu adversário você deve tornar-se seu adversário”. Assim, uma resposta que pode ser adequada para um examinador com muitas perguntas pode não ser suficiente para outro que faz poucas.