Fases do concurso - Prova objetiva - parte 5 - A busca da horizontalidade ao invés da profundidade

By | julho 04, 2019 Leave a Comment


O estudo para concursos não precisa ter profundidade, isto é, não se confunde com o estudo de mestrado ou doutorado, no qual o aluno fica por anos escrevendo sobre determinado tema. O volume de matérias, a limitação do tempo e da memória humana fazem com que, necessariamente, o estudo para concursos seja horizontal, de modo que, em termos de competitividade, se exige um “domínio razoável” das fontes do direito de cada ramo.

Por outro lado, é inegável que determinados aprovados têm um conhecimento “fora da curva” em alguns assuntos, mas sempre em certo ramo e para certo assunto. Não é crível que mantenha o nível de profundidade em todo e qualquer tema. Além dessa constatação, é possível perceber que as questões difíceis de provas objetivas normalmente são também difíceis para o “primeiro escalão”, ou seja, o que é “fora da curva” também o é para os primeiros colocados. 

A consequência dessa percepção, para mim, foi não traçar como objetivo acertar questões difíceis ou dominá-las. Do contrário, eu aumentaria significativamente o volume do que deveria ser lido, abandonando o plano da horizontalidade e da eficiência. Se, como já pontuei, a eficiência da memória está ligada ao maior contato com mesmo material no menor espaço de tempo, a pretensão de verticalidade/profundidade alargaria muito o tempo de revisão e diminuiria a competitividade sistêmica.

O perfeccionismo, portanto, é inimigo da eficiência, pois faria com que, a cada erro de questão mal dosada (uma pergunta, por ex., sobre “teoria da graxa” ou sobre previsão específica da lei de S/A), o candidato buscasse entender a fundo o assunto (no caso, teorias com nomes esquisitos ou detalhes de leis com baixa incidência). O amigo Francisco, 1º colocado do TJRS (2015-2017), já falou aqui dos prejuízos causados pela “glamourização das questões difíceis”.  

Nesse panorama, a pretensão de acompanhar o nível de debate por trás de toda questão difícil me parece ATRAPALHAR muito a eficiência. O volume de material a ser lido aumenta exponencialmente e, com isso, amplia-se o tempo da leitura e da revisão. De conseguinte, a memória fica menos precisa. 


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