Fases do concurso - Prova objetiva - parte 9 - A importância da concentração e da pausa

Nos últimos posts mencionei um fator que impacta no desempenho nas provas objetivas, que é a excessiva problematização das assertivas. Outro ponto que vale a pena ser mencionado é a importância da concentração, pois tem relação com o grau de profundidade do nosso raciocínio.

Dificilmente uma pessoa estuda 4 ou 5 horas seguidas, sem pausas. Não obstante, no momento da prova – em que há maior tensão, inclusive pela necessidade de controlar tempo –, é muito comum que o concurseiro faça tudo num suspiro só, isto é, sem se valer de pausas breves. Isso PODE impactar, de forma silenciosa, no desempenho. Eu mesmo, antes de me atentar a isso, tinha a tendência de fazer as primeiras questões com muito cuidado, diferentemente das últimas, nas quais, independente da faltar ou não tempo para resolver, buscava fazer com maior velocidade e impaciência. Transitava, para usar uma terminologia comum aos processualistas, de uma cognição exauriente para uma sumaríssima...

Sobre o tema, a amiga Samyra, juíza do TJRS, já falou aqui no feed da importância dos rituais, lembrando do Guga: “comer a banana no intervalo, para ele, era um ritual. Então, quando estava tudo dando errado, ele parava para comer e, naquele momento, as coisas corriam como planejado. E ele conseguia pensar, observar o que estava acontecendo, e mudar a estratégia”.

Em cenários competitivos – como no esporte –, um pequeno apagão pode ser fatal. E se conhecer é muito relevante para evitar isso. A pausa ou ritual é um ato estratégico. No basquete, por ex., é usada para quebrar o ritmo de jogo ao final. No concurso, com as devidas adaptações, pode ser um momento para retomar a confiança, diminuir a impaciência e ampliar a atenção. Ir ao banheiro, comer um chocolate, etc. são rituais que, a depender de cada um, podem ter esse caráter pacificador e de manutenção da concentração.