Trago hoje a trajetória da @luisamilitao, juíza federal substituta no TRF-1 e aprovada no MPBA e DPE-MG. A jornada da Luisa traduziu, com br...

Luísa Militão Barroso

By | janeiro 14, 2025 Leave a Comment

Trago hoje a trajetória da @luisamilitao, juíza federal substituta no TRF-1 e aprovada no MPBA e DPE-MG. A jornada da Luisa traduziu, com brilhantismo, os pilares: "Ediscere, Scire, Agere, Vincere" (“Estudar, saber, agir, vencer”). A leveza com que encarou os estudos, aliada à sua capacidade de organização e perseverança, é um exemplo vivo de que o sucesso é possível quando se alia paixão, método e propósito. Parabéns, Luísa!!

Meu nome é Luísa Militão Vicente Barroso, tenho 25 anos e, após quase 4 anos de estudo intenso, regrado e organizado, fui aprovada nos concursos do MPBA (promotora de justiça), DPMG (defensora pública) e TRF1 (juíza federal).

“Estudar, saber, agir, vencer”. Desde 2015, esse é o meu lema. Conheci essa frase quando prestei o exame de seleção para as vagas remanescentes do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, pois tais palavras estão estampadas em letras garrafais nas 4 pilastras que guarnecem a entrada da universidade, minha alma mater e minha casa. Desde então, carrego essas 4 palavras comigo em meu coração, como uma estrela-guia.

E eu realmente levei a sério esse lema: entendi que precisava ESTUDAR, SABER e AGIR para poder VENCER. Nunca tive ambições de conquistar qualquer coisa que fosse sem estudo/trabalho árduo. ESTUDAR era só o ponto de partida: precisava também SABER, ou seja, internalizar o conhecimento obtido por meio dos estudos e conseguir acessar aquelas informações. Precisava também AGIR: dar a cara a tapa, me expor ao erro, fazer provas. Jamais tive medo ou titubeei ao me inscrever em uma prova que queria prestar. E foi assim que consegui VENCER, conquistando o cargo dos meus sonhos.

Minha trajetória nos estudos extrapola em muito esses 4 anos. Sou uma apaixonada pelo saber, desde criança fui incentivada a explorar minha capacidade. E acredito que, por isso mesmo, meus estudos, apesar de intensos, regrados e organizados, foram, acima de tudo, leves. Estudar, para mim, sempre foi um prazer. 

Após minha formatura na UFV (jan/2021), iniciei um estágio de pós na promotoria de justiça da minha cidade natal, Inhapim (MG). Conciliava esse trabalho com os estudos para a magistratura estadual, principalmente por meio de videoaulas do extensivo do Ênfase. Tentava incluir lei seca e jurisprudência, mas quase nunca me sobrava tempo, devido ao desgaste a que me submetia no trabalho.

Logo percebi que precisava aumentar minha carga horária e poupar minha mente – o principal recurso de qualquer concurseiro. Deixei o estágio e passei a advogar somente para cumprir o requisito da prática jurídica, pegava causas simples que não exigiriam muito de mim. No fim de 2021, prestei minhas 2 primeiras provas de carreira jurídica: o TJSP (magistratura) e a PCMG (delta). Fiz apenas como um teste e os resultados foram positivos, mas não suficientes para avançar à 2ª fase. De todo modo, essas experiências serviram para me mostrar que eu estava no caminho certo: a aprovação era apenas questão de tempo.

No início de 2022, passei a dividir meus estudos da seguinte forma: 2 horas para a lei seca, 2 horas para jurisprudência, 2 horas para questões e 2 horas para temas doutrinários, nessa ordem. Quanto aos temas doutrinários, escolhia aqueles assuntos com uma carga doutrinária mais densa (v.g. parte geral de direito penal) para assistir novas videoaulas ou ler PDFs. Nunca utilizei livros de doutrina, salvo para a matéria de Humanística. Prefiro aulas e isso deu certo para mim.

Apesar de ter os 3 turnos do dia livres, minha meta era estudar “apenas” 8 horas líquidas. Penso que esse seja o limite de um estudo saudável, de uma trajetória leve. Além disso, nunca deixei de fazer atividade física. Estudava de segunda a sexta nesse esquema e, aos sábados ou aos domingos, realizava simulados e corrigia-os. Em maio de 2022, me casei e me mudei para Vitória da Conquista (BA). Inicialmente, estava um pouco perdida com tantas mudanças. 

Pouco tempo depois, foi publicado o edital da AGE/MG. Senti que precisava de um edital aberto para voltar aos trilhos dos estudos e decidi me inscrever. A prova estava agendada para dezembro, de forma que eu teria quase 6 meses para me preparar e incluir as matérias específicas do edital.

Estudei com muito afinco e, surpreendentemente, consegui atingir a nota de corte. Estava, pela 1ª vez, numa 2ª fase. Por ser inexperiente e por não me julgar preparada para essa fase, não me preparei da melhor forma. Também tive uma pequena vivência de síndrome do impostor, pois sabia que enfrentaria uma concorrência especializada em provas de advocacia pública, ao passo que estudava para essa carreira havia apenas 6 meses. Não avancei para a prova oral. O concurso tinha cláusula de barreira e eu fiquei de fora. 

Como estava imersa no mundo das procuradorias e havia colhido bons resultados, decidi me inscrever nas provas das 3 carreiras da AGU e me preparei com muito esforço e organização. Estava confiante. Porém, decepcionantemente fiquei de fora da 2ª fase por 1 ponto na AGU e na PFN, e por 3 pontos na PGF, embora estivesse fazendo o corte antes das anulações. Aquilo não me abalou, fui confiante prestar as provas do MPBA e do TRF1 pouco tempo depois, em julho/2023. Eram grandes oportunidades: continuar em casa, morando na Bahia e ocupar cargos incríveis.

Com muita alegria, fui aprovada para a 2ª fase dos 2 certames. Minha preparação para as discursivas foi bem mais organizada dessa vez, apesar de eu sinceramente acreditar que ainda não atingira o nível necessário para avançar à oral. Qual não foi minha surpresa quando, em out/2023, obtive uma excelente nota na 2ª fase do MPBA. Porém, a alegria deu lugar ao desespero quando percebi que só completaria os 3 anos de prática em jan/2024. Entretanto, várias intercorrências administrativas atrasaram o andamento do certame e, em 18/01/2024, meu aniversário e 3 dias após eu completar os 3 anos de prática, reabriram o prazo para envio dos documentos da inscrição definitiva.

Comecei a me preparar desesperadamente para a prova oral. Treinava todos os dias de 2ª a 6ª com os colegas, mas estava muito perdida. Nunca imaginei que, numa prova com 82% de reprovação, eu seria uma das aprovadas, sendo tão inexperiente e estando com tanto medo. Foi realmente um milagre.

Em março/2024, foi publicado o resultado das discursivas do TRF1. Tive uma nota altíssima e, ciente do peso dessa prova, desabei chorando, porque tinha certeza da reprovação na sentença criminal. Sabia que não tinha feito uma boa sentença. Em junho/2024, saiu o resultado das sentenças, depois de tanta espera. Como já imaginava, reprovada na sentença criminal, mas surpreendida com uma nota altíssima na sentença cível. 

Foi meu pior momento na trajetória dos concursos. Toda a resiliência que manifestara até ali caiu por terra. Sentia que estava perdendo, com toda a certeza, a maior e melhor oportunidade de toda a minha existência. A única coisa que me sustentou foi a aprovação no MPBA, se não fosse isso, talvez teria desistido de concursos ali mesmo, de tão mal que fiquei. Chorei várias vezes, sendo que nunca havia chorado por uma reprovação, mesmo já tendo ficado por 1 ponto 3 vezes.

Por outro lado, sabia que eu era a única responsável por aquele resultado. A banca não havia sido injusta na correção, minha sentença realmente não merecia uma nota 6. Porém, após conversar com alguns amigos, decidi recorrer. Precisava de 0,56 ponto, e tinha contra mim não só o fato de minha sentença estar ruim, mas também o antecedente de nenhum dos 671 recursos da fase discursiva ter sido provido pela comissão de concurso.

Não sei de onde tirei coragem e criatividade para redigir aquele recurso, só sei que em julho/2024 ele foi provido, no que foi um dos dias mais felizes da minha vida. Ali, eu sabia que tudo daria certo no final. Fiz uma preparação de prova oral super organizada, sem neuroses e confiando na minha capacidade. Meus resultados até ali e também alguns sinais que recebi dos céus, esses vários milagres que Deus operou na minha vida, sussurravam em meus ouvidos que aquela era a minha prova.

Nesse meio tempo, fui aprovada também para a 2ª fase da DPMG e da PGESP. Diferentemente do MPBA e do TRF, esses foram certames tranquilos e sem grandes acontecimentos. Ambos, é claro, me trouxeram muita felicidade e orgulho. Na DPMG, fui até o fim, sendo aprovada no concurso. Senti-me honrada por ser considerada apta a fazer parte dos quadros dessa instituição admirável e tão necessária ao Estado Democrático de Direito. Já a PGESP, abandonei e não realizei a prova de 2ª fase, pois a data coincidia com o curso de prova oral do Júlio César para o TRF1.

Em 31/10/2024, atingi a tão sonhada aposentadoria dos concursos. A sensação de vazio que experimentei ao reprovar na sentença criminal me fez ter certeza de que a magistratura era meu sonho. Todas as provas de outras carreiras que realizara até ali foram, de certa forma, decisões racionais, mas o coração sempre bateu mais forte pela magis. Estou infinitamente realizada com a aprovação no TRF1.

ESTUDAR envolve, principalmente, organização. E acredito que esse tenha sido o diferencial que me permitiu SABER, ou seja, conseguir aplicar com eficiência as informações que obtinha durante o estudo. Além disso, foi o que me deu força suficiente para AGIR, sem me acovardar diante dos desafios que apareceram nessa jornada. Por fim, foi a reunião desses fatores que me permitiu VENCER, ao atingir a meta que tracei há anos. Muito obrigada!!! 


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