Trajetória nos concursos - Toriel Sardinha

By | junho 29, 2019 Leave a Comment

Hoje trago a trajetória do @toriel.sardinha, aprovado em diversos concursos de delegado. A trajetória do Toriel é de profunda superação com perda de familiares e grandes responsabilidades logo cedo. No meio de tudo isso, aproveitou os espaços que sobravam para estudar e conseguiu êxito em diversas provas, não sem reprovações, algumas bem difíceis, como a reprovação na prova oral e na prova subjetiva por erro de transcrição na folha definitiva. Agradeço por aceitar o convite! Parabéns, Toriel!

Recebi com muita honra o convite do Dr. Júlio para poder escrever sobre minha trajetória em sua página, assim vou resumir uma história de muita luta e esforço pessoal:

Venho de uma família muito humilde, meu pai era Investigador de Polícia e minha mãe vendedora de roupa, somos em uma família grande eu sou o mais velho de 7 irmãos, meus pais se separaram quando eu tinha 11 anos e para completar eu fui pai muito novo com 16 anos de idade, quando tive que começar a trabalhar para ajudar minha mãe. Meu primeiro trabalho como ajudante de pedreiro me fez começar a refletir o que eu precisava fazer para mudar de vida, eu já queria ser policial, por influência do meu pai, porém as condições não permitiam. A esta altura eu já pensava que minha única saída era estudar e ao terminar o 2º grau, com 18 anos fiz meu primeiro concurso, para oficial de justiça de São Paulo, exigia-se o 2º grau e era cobrado português, matemática e “noções de direito”, e como nunca tinha tido contato com direito, comprei uma apostila e foquei nas matérias jurídicas. Como resultado eu acabei aprovado nesse concurso, mas não fui chamado, eram apenas 9 vagas. Todavia, esse concurso me despertou uma das minhas grandes paixões o Direito. 

Em seguida, fiz vários concursos para soldado da PM de São Paulo, Guarda-Vidas RJ, soldado Fuzileiro Naval e resolvi assumir este último. Foi um período muito difícil porque, quando tinha 19 anos minha mãe faleceu e no hospital ela me pediu que eu cuidasse dos meus irmãos, o mais novo estava com 1 ano e 3 meses de idade e minha irmã que me ajudou nessa missão tinha 17 anos, agora sem minha mãe tudo ficou muito difícil, mas nunca faltei em uma reunião de escola deles e hoje meus irmãos me enchem de orgulho. 

Fiquei na Marinha do Brasil por 3 anos e meio. Durante esse período de marinha, como estava no RJ, comecei a estudar para PRF, pois era o edital mais próximo do edital de investigador de São Paulo, na época não existia curso à distância, era tudo presencial mesmo, era tudo mais difícil, acabei fazendo o concurso da PRF, mas não passei, temos que contabilizar as derrotas porque elas nos fazem mais fortes. Como soldado do Corpo de Fuzileiros Navais tive condições de me preparar para fazer o concurso de Investigador de Polícia de São Paulo, no qual passei no ano 2001, e realizei o sonho de ser policial e como investigador fiquei na Polícia Civil de São Paulo por 10 anos, onde pude começar a faculdade de Direito.
Terminei a faculdade de Direito, em 2007, assim que terminei passei na OAB, e isso me deu uma falsa impressão que seria fácil chegar ao meu maior objetivo que era ser Delegado de Polícia, na verdade começou uma série de reprovações que me fez parar e repensar a forma que estava lidando com meus objetivos, foi quando fui trabalhar em um plantão e priorizei meus estudos, coloquei meu objetivo de ser Delegado em primeiro lugar, fiz alguns cursinhos e com o tempo, aproximadamente, 3 anos de estudo focado, comecei a conquistar algumas vitórias, é certo que aconteceram alguns dissabores como não ter passado para Delegado no RJ (2012), por ter passado uma reposta errada na folha definitiva na segunda fase, um concurso que estava bem preparado e queria muito, mas não passei por falha minha. 

Nessa trajetória a derrota que mais me marcou, mas me fez crescer muito juridicamente, foi ficar reprovado na prova oral de Delegado de São Paulo em 2011, acho que ficar reprovado na prova oral é a pior das sensações, porque você já está se sentindo no cargo, e eu estava entre os seis primeiros do concurso, então foi difícil assimilar aquela reprovação, mas aprendi que os concursos são como uma luta de boxe, não ganha quem bate mais, mas quem assimila melhor as “porradas”. Enfim, saí mais forte, aprofundei meus estudos e continuei firme.

No final dessa jornada de estudos para Delegado de Polícia, fui aprovado para Delegado no Estado do Amazonas, Maranhão, Santa Catarina e São Paulo, o concurso de Delegado é o mais longo das carreiras jurídicas e eu tive o privilégio de fazer 4 Academias de Polícia e muitos amigos que guardo no coração. Trabalhei como Delegado no Estado de São Paulo, mas é no Maranhão onde encontrei melhores condições para continuar minha jornada. 

Atualmente sou Delegado de Polícia no Estado do Maranhão e sou professor do curso MEGE preparatórios para concursos, chegou a hora de poder ajudar pessoas a realizarem seus sonhos e isso é muito gratificante para mim. 

Minha trajetória é prova viva de que se você realmente quiser de coração, precisa ter em mente que basta ter determinação, disciplina e persistência e todos os seus sonhos se tornarão realidade, as dificuldades surgirão, com certeza, mas saibam tirar o que de melhor elas podem lhe oferecer, a cada reprovação canalize suas energias para aprender um pouco mais, isso fará com que fiquem mais fortes e alcancem seus objetivos com uma carga de conhecimento que fara a diferença em suas vidas, tudo tem sua hora certa para acontecer. 

Desejo boa sorte a todos concurseiros, que Deus ilumine o caminho de vocês e saibam que a felicidade está no caminho e não no final, aproveitem cada dia durante a trajetória de vocês e saibam que o mais importante é a constância e não a velocidade com que buscam seus objetivos, isso torna esse fardo mais leve. Um grande abraço ao Dr. Julio, fico profundamente agradecido e honrado com o espaço. Grande Abraço.       

Toriel Sardinha 
  

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