Diagnóstico - Parte 1 - A inexistência de receita pronta: o ponto cego dos métodos

By | março 15, 2019 Leave a Comment







Começo hoje a série “DIAGNÓSTICO”, na qual buscarei falar de alguns parâmetros para aferição da eficiência dos estudos. Luhmann, sociólogo, dizia que toda visão tem um ponto cego, o que me parece servir TANTO para quem é aprovado e expõe seu método QUANTO para o candidato que escolhe uma forma de estudar. Os pontos cegos podem ser divididos em dois grupos: (i) habilidades JÁ conquistadas ou NÃO conquistadas, ou seja, de onde partiu; (ii) e fatores psicológicos ou “perfil pessoal”.

Quanto às habilidades JÁ conquistadas, penso que os resultados obtidos nas provas não nascem exatamente do dia em que se começou a estudar especificamente para concursos. Eu, por ex., não listei na minha bibliografia algum livro de humanística. Não foi, certamente, por considerar irrelevante o seu estudo. Mas pelo fato de que estudei bastante o assunto, tanto que fiz mestrado na área. De igual modo, não fiz curso de peças, mas tinha sido advogado e era assessor de Desembargador.

As habilidades NÃO conquistadas também fazem parte do ponto cego: a dificuldade com português (o que pode impactar a segunda fase e na prova oral), a baixa assertividade (impacta a realização de provas orais) e a falta de base na faculdade em determinada matéria. Ler o volume ÚNICO de CPC, com maior densidade, é bem mais fácil, por ex., para quem já tem pré-compreensão sobre o tema.

A respeito do ponto cego de “perfil pessoal”, (i) existem pessoas que lidam bem com vulnerabilidades (não ficam, por ex., desesperadas por não ler um livro sobre o assunto); (ii) outras que são mais visuais; (iii) umas que facilmente procrastinam se não tiverem uma meta de curto prazo ou resultados rápidos etc.

Nesse panorama, essa noção de ponto cego me trouxe as seguintes lições: (i) NÃO há receita pronta (o mesmo método produz resultados diferentes); (ii) e a forma IMPERATIVA – que, muitas vezes, flerta com interesses comerciais – me parece inadequada: cria a ilusão de que determinadas escolhas, como fazer questões ou adquirir certos serviços ou produtos, são condição sine qua non para a aprovação.

Ter noção dessa premissa me parece ser o primeiro passo para a realização de diagnósticos e (re)adaptar.


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