Trago aqui hoje a trajetória de @edemnapoli, aprovado para Delegado da PF, já conhecido por muitos por conta de aulas e livros. A jornada do...

Trajetória nos concursos - Edem Nápoli

By | dezembro 16, 2021 Leave a Comment


Trago aqui hoje a trajetória de @edemnapoli, aprovado para Delegado da PF, já conhecido por muitos por conta de aulas e livros. A jornada do Edem sai do universo acadêmico, no qual já tinha êxito, para retomar os estudos para concursos. E enfrenta o cenário recente, com poucas provas e com muita capacidade de adaptação: de técnico do MPU, analista do TRT a provas de promotor e de delegado estadual e federal. No final das contas, com muito suor, Edem chegou lá! Como bem disse, ao citar a canção "A natureza das coisas": 

"Toda caminhada começa no primeiro passo
A natureza não tem pressa, segue seu compasso
Inexoravelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavadeira
Pra ir mais alto, vai ter que suar”

Parabéns, @edemnapoli! Sucesso no novo capítulo da sua vida!
 

Com muita honra e alegria, escrevo este depoimento, a convite do estimado Professor Júlio, após a minha aprovação na prova oral do concurso de Delegado de Polícia Federal. 


Formei em 14.03.2008. Na ocasião, havia acabado de ser aprovado na OAB e em disputada seleção para uma vaga de monitor de Direito Constitucional do curso JusPodivm (curso presencial em Salvador onde, na época, lecionavam Professores como Fredie Didier, Dirley da Cunha Jr., Fábio Roque, Cristiano Chaves, Pablo Stolze, Robério Nunes, Nestor Távora, dentre outros grandes mestres). 


No mesmo ano de 2008, logo depois, fui novamente aprovado em seleção para Professor de Direito Constitucional das Faculdades Jorge Amado (hoje, UNIJORGE). Em julho, quatro meses após a formatura, além das aulas no cursinho, era também Professor universitário na instituição em que havia me formado, tendo lecionado por um semestre. 


Neste mesmo movimentado ano de 2008, fui aprovado no concurso de Técnico Administrativo do Instituto Federal da Bahia, antigo CEFET, tendo sido empossado em janeiro de 2009. A ideia era ficar no cargo e seguir estudando para os outros concursos. Porém, como diria o livro dos Provérbios, “muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor“. As aulas eram tantas que, em março, pedi exoneração do cargo para poder me dedicar totalmente à docência.  


Das aulas no curso preparatório presencial vieram convites para lecionar no LFG, CERS, cursos de pós-graduação, bem como para escrever livros pela Editora JusPodivm, dar palestras e coordenar diversos congressos jurídicos. A demanda era tamanha que não houve a menor condição de continuar estudando para concursos. Foram praticamente dez anos nessas atividades, nos quais fui verdadeiramente feliz. Mas o sonho de prestar concursos sempre se manteve em mim. 


Curiosamente, logo depois que fui aprovado e ingressei no mestrado na UFBA, essa vontade de fazer concursos se tornou maior. Neste período, nasceram também as minhas duas filhas. O que fez crescer ainda mais a vontade de voltar a estudar para provas. 


Como o estudo acadêmico exige bastante, nos anos do mestrado (2017/18) fiz alguns concursos de servidor, para ir retomando e sentindo o ritmo. Depois de algumas reprovações, fui aprovado para Técnico do MPU, Analista do TRT15, Juiz Leigo e Conciliador do TJBA. 


Em 2019, passei a me dedicar às provas das carreiras jurídicas. Neste ano, fiz muitos concursos para o Ministério Público e Magistratura, sem, no entanto, obter resultados favoráveis. O episódio mais marcante deste ano foi o concurso de Delegado do Espírito Santo. Estudei muito para essa prova. Mas no sábado de manhã, o celular não despertou e acordei após o horário do embarque. Fui ao aeroporto e já não havia mais nenhum voo disponível.


Foi uma dor tão grande que cheguei a orçar um táxi aéreo visando fretar um jatinho particular para ir fazer a prova. Mas o valor era astronômico. Voltei para casa desolado e sem entender o porquê daquilo ter acontecido comigo. Mais tarde, meses depois, soube que o concurso havia sido cancelado por irregularidades. Dei graças a Deus por não ter gasto aquela fortuna. 



Em fevereiro de 2020 fui à Fortaleza fazer MPCE. Nos sites de estatísticas estava com 83 pontos na objetiva. Após os recursos, 4 questões foram anuladas (nenhuma me beneficiando) e 1 (que eu também tinha acertado) teve o gabarito alterado. Inacreditavelmente caí para 78 e o corte ficou em 79, quando eu já estava treinando para a segunda fase. Naquele momento, sorvi novamente o cálice amargo da derrota. E quando pensei que no mês seguinte (com outros concursos já marcados) poderia 'virar o jogo', veio a pandemia. 


Como sabemos, não houve mais nenhuma prova naquele ano. Mas o desastre mundial foi tão devastador que a meta passou a ser, simplesmente, viver. Aproveito para consignar aqui meus profundos sentimentos por todos aqueles que partiram e a todos que perderam entes queridos por conta da grave crise sanitária. 


Na medida do possível, procurei manter o estudo durante a pandemia. A próxima prova era Delegado do Paraná. Depois de alguns adiamentos, chegou o dia. Fui a Curitiba (agora viajava na sexta). A prova era domingo de tarde. Eis que, também inacreditavelmente, domingo de manhã acordo com a notícia de que haviam canelado a prova. 


Mais uma vez a chance de 'virar o jogo' e lutar pela aprovação tinha sido adiada. Eu estava tão focado, mas tão focado, que a minha reação naquele domingo de manhã, após a notícia, foi: tomar banho e sentar no quarto do hotel para continuar a estudar. Mais um momento extremamente difícil. 


Em janeiro de 2021 saiu o edital da PF. Provas 21/02. Como sabia da iminência do edital, bem como da boa quantidade de vagas, desde novembro de 2020 adaptei o estudo e inseri as matérias federais. Nesta época, atuava como assessor Constitucional da Procuradoria-Geral de Justiça do MPBA e, logo depois, nos juizados especiais do TJBA. E o que aconteceu? Mais uma vez, novo adiamento. Prova remarcada para 23/05. Seria a minha primeira prova de Delegado. 


Encarei esse adiamento com uma oportunidade para me preparar mais. E foi o que fiz. Como a segunda fase seria junto com a primeira, aproveitei para lapidar o estudo das peças e das discursivas. 


Para minha felicidade, quando saiu o resultado, estava aprovado dentro do número das vagas. Fiz 102 pontos líquidos, dos 120. E tirei boas notas também na prova subjetiva. Logo depois veio o TAF, que exigiu uma preparação muito específica e focada. Em seguida, vieram os exames médicos, junto com a ficha de informações confidenciais. 



Superadas essas etapas, havia chegado o momento da prova oral. Fiz dois cursos. Um online e outro presencial, este com o Professor Júlio César de Almeida, com quem pude aprender valiosíssimas lições e a quem devoto a minha enorme e honesta gratidão. Graças a Deus, também aqui, obtive uma boa nota, o que me permitiu manter a boa posição dentro das vagas, embora torça e acredite sinceramente que todos aprovados serão chamados.


O próximo passo agora é o curso de formação, em 2022. Será um período que exigirá muita dedicação e estudo, mas que, sem dúvida, será de grande aprendizado.


Enquanto isso, com o coração cheio de alegria, celebro com familiares este momento de genuína felicidade. Sem o apoio da família, nenhuma caminhada seria possível. A presença diária da minha esposa e das nossas filhas foi o meu combustível nessa jornada. Esta vitória, permitida por Deus, regada a lágrimas e muito suor, é dedicada a elas. 


Encerro com os versos da canção de Accioly Neto, imortalizada por Santana e, mais adiante, por Flávio José, intitulada “A natureza das coisas”, que traz, em uma de suas passagens, o trecho que diz: 


“Se avexe não
Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada
Se avexe não
Que a lagarta rasteja até o dia em que cria asas
Se avexe não
Que a burrinha da felicidade nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela para na porta da sua casa

Se avexe não
Toda caminhada começa no primeiro passo
A natureza não tem pressa, segue seu compasso
Inexoravelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavadeira
Pra ir mais alto, vai ter que suar”
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