Trajetória nos concursos - Mariane Moterani Silva

By | fevereiro 13, 2021 Leave a Comment

 






Trago hoje a trajetória de Mariane Moterani Silva (@moteranimariane), aprovada para Procuradora do Trabalho (MPT 2020). A trajetória da Mariane é muito interessante e retrata a vida de muitos concurseiros: concilia estudos com o trabalho; deixa o trabalho para estudar para o grande sonho; no meio do caminho, obtém uma aprovação e nomeação que, naquele contexto, não podem ser declinadas; volta e trabalhar e estudar. No meio de tudo isso, a pressão para lidar com erros por poucos pontos e cenários cada vez mais novos: provas escritas e orais! E o convívio com o desafio psicológico! Destaco a mensagem final: "Tenham fé! Não desistam! Reprovações podem acontecer no caminho. A caminhada não precisa ser solitária: façam amizades com outros candidatos. O apoio familiar é imprescindível (meu marido me apoiou de forma incondicional). Se sentirem necessidade procurem auxílio profissional com psicólogo." Parabéns, @moteranimariane!

  
Olá!!! É com muitaaaa alegria que compartilho a minha trajetória de estudos até a aprovação no MPT. 

Após a conclusão do ensino médio e antes de iniciar a faculdade fiz o concurso do TJMG para o cargo de Oficial de Apoio Judicial (nível médio) e fui aprovada, mas não fui nomeada. O contato com as matérias jurídicas foi decisivo para a escolha do curso de Direito. 

Iniciei a faculdade de Direito em junho de 2005 em um período conturbado na minha vida e na de minha família: o meu pai faleceu em setembro de 2004 e daí não preciso entrar nos detalhes desse sofrimento. Após um ano de curso comecei a trabalhar em uma instituição financeira e ia para faculdade no período noturno, muitas vezes já cansada, com sono e sem energia para assistir as aulas. Mas não desisti!!! 

Próximo da formatura estudei novamente para o TJMG (2009): fui aprovada e não fui nomeada. Aqui uma dica: o estudo NUNCA é perdido!!! Tudo o que estudei para o TJMG contribuiu para a minha aprovação na OAB na primeira prova que fiz. 

Com a carteira da OAB na mão, desisti da carreira de bancária e acabei sendo dispensada. Alguns meses depois comecei advogar em um escritório, com foco na área trabalhista, sem ter NADA de experiência. Para compensar, lia os processos, estudava os casos em casa, comprei livros e encarei o exercício da advocacia por cinco anos, e ao mesmo tempo conclui uma pós-graduação em Direito Tributário (pensava em prestar consultoria para empresas). 
No final desse período eu percebi que não estava onde queria: desde o início da faculdade sonhava em ser juíza ou promotora, mas naquela época conhecia pouco da atuação do MPT. Não estava feliz e percebi que precisava mudar. 

Após buscar auxílio com psicólogo (procurem em caso de indecisão), descobri a paixão pelo Direito do Trabalho e decidi prestar concurso para MPT e Magistratura do Trabalho (pensava que não conseguiria aprovação no cargo de Procurador do Trabalho). Comecei um curso online específico em junho de 2014, mas não foi suficiente para alcançar aprovação na primeira fase (reprovada na 1ª fase nos concursos de juiz do trabalho do TRT 1ª Região e TRT 2ª Região). A partir de então passei a treinar questões objetivas, ler a lei seca e resumir as que errava. Em 2016 comecei um curso de correção de questões discursivas e sentença (Professora Mariza Santos me ensinou a escrever para as provas) e deixei o escritório que advogava para focar nos estudos. O resultado veio com a aprovação na 1ª fase do TRT 1ª Região em 2016, e pontuação significativa na segunda fase, mas ainda assim não consegui a aprovação na 2ª fase. 

Com o curso de correção e realização da prova discursiva do TRT do Rio de Janeiro percebi que a aprovação no cargo dos sonhos ia demorar e eu tinha que pagar minhas contas. Por isso iniciei os estudos para servidor de TRT. No final de 2016 fui aprovada e nomeada para o cargo de Técnico Administrativo do TRT Pará (nível médio), pois consegui a 15ª colocação. E mais uma vez eu digo: todo estudo é VÁLIDO!!! 

Quando fui nomeada no TRT Pará havia vaga para assistente de juiz e como já estava treinando sentença fui escolhida para a função de confiança, o que certamente contribuiu para acelerar meus conhecimentos e sedimentá-los. 

No início do ano de 2017 fiz o XX Concurso para Procurador do Trabalho e não passei na primeira fase por dois pontos. Não desisti e fui com tudo para o I Concurso Unificado da Magistratura do Trabalho. Consegui êxito na primeira fase. No entanto, o sofrimento veio depois: fui reprovada na segunda fase por 0,4 pontos, mesmo após muitas horas de estudo, treinos, dedicação e renúncias. 

Passados alguns meses e já recuperada, fiz a prova de Analista Judiciário do TRT Campinas e fui aprovada em 44º lugar (2018). 

Com a proximidade de um novo concurso do MPT, em janeiro de 2019 comecei um curso de primeira fase (Tatiana Amormino) e de correção específico para MPT (2ª e 3ª fases). O ano de 2019 foi muito importante: aprofundei meus conhecimentos e identifiquei meus pontos fracos. Quando saiu o edital do XXI (novembro de 2019) eu estava com uma base jurídica consistente e encantada pela atuação do MPT! 

A prova de primeira fase foi bem difícil e a nota de corte foi baixa (salvo engano foi 58 e eu fiz 59), e eu achava que não conseguiria novamente. Mantive minha fé e mesmo sem sair o resultado definitivo contratei cursos de 2ª e 3ª fases (foram vários cursos que fiz ao longo dos meses de março até a prova escrita de outubro: Raphael Cavalcanti, Arianne, Erik, Philipe Jardim, Flávio Gondim) e a mentoria com a Procuradora Arianne (foi decisiva para estudar de forma aprofundada os temas prioritários da instituição). Ainda bem que estudei sem ter o resultado definitivo!!! Confirmada a aprovação para as 2ª e 3ª fases, continuei firme nos estudos e treinos de questões e peças. Muitos treinos. 

Apesar de todas as adversidades em razão da pandemia, sempre pensava que era minha oportunidade de estudar mais tempo e sedimentar alguns temas que não dominava. Treinei muito. Muito mesmo.

Quando saiu o resultado da 2ª fase e meu nome estava no DOU foi muitaaa emoção. Novamente eu confiei e tive fé!!! Comecei a juntar os documentos de inscrição definitiva e organizar os cursos de prova oral que iria fazer porque acreditava que tinha ido bem na peça prática. 

Assim que saiu o resultado da 3ª fase e vi meu nome no DOU “a ficha” demorou a cair. Era inacreditável. Segui em frente e para a prova oral mantive a estratégia de 2ª e 3ª fases: muito treino. Mas por vezes pensava que não sabia nada e que tinha muito pra aprender ainda, e que a minha prova seria um “fiasco total”. 

Contratei diversos professores Procuradores e Procuradoras (fiz 20 simulados de prova oral) e o professor Júlio César para oratória. Sabia que precisava melhorar as minhas respostas. Curso diferenciado que me ensinou o emprego de técnicas específicas. Valeu demais o investimento. Super recomendo !!! Fui pra prova oral como se fosse a Maria Gabriela rsrsrs. 

No dia da prova oral estava tranquila, consegui dormir no dia anterior e estava confiante, mas quando eu sentei na cadeira com o microfone na minha frente e os examinadores me olhando: o nervoso chegou!!! Fiquei muitooo nervosa no início, mas ao recordar das técnicas do Professor Júlio César no decorrer da prova consegui responder as perguntas com mais segurança e assertividade. Tenho certeza que a nota da prova oral (16ª colocação) contribuiu para que eu ficasse mais bem classificada, com expectativa de nomeação até março de 2021. 

Deixo a seguinte mensagem aos colegas: Tenham fé! Não desistam! Reprovações podem acontecer no caminho. A caminhada não precisa ser solitária: façam amizades com outros candidatos. O apoio familiar é imprescindível (meu marido me apoiou de forma incondicional). Se sentirem necessidade procurem auxílio profissional com psicólogo. 


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