Não são poucos os estudantes que pensam que têm dificuldade com o processo de retenção das informações e, por tal razão, indagam se estudam corretamente: leio ou não mais de uma vez o artigo da lei?
Todos nós, sem exceção, convivemos com esquecimentos. E todos nós também nos lembramos de muita coisa. Esquecemos o nome da pessoa que acabou de ser apresentada, mas nos lembrados dos nomes de nossos parentes. Esquecemos o enunciado da súmula lida algumas vezes, mas nos lembramos da diferença entre controle difuso e controle concentrado. Como explicar isso?
Sempre me interessei por processos de aprendizado, mas em perspectiva mais filosófica: da transformação da experiência intuitiva em conhecimento. Hoje esse debate saiu, em grande parte, da filosofia para se concentrar no estudo do cérebro e suas partes, como o estudo sobre o Córtex Pré-frontal (associado à memória) e sobre o sistema Límbico (associado às emoções).
De forma mais didática, tem-se dito que (i) temos contato com alguma informação de forma PASSIVA, por meio de nossos 5 sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato; (ii) a memória de CURTO prazo – inexistente quando esquecemos o nome de alguém recentemente apresentado – se verifica com a postura ATIVA de criar alguma ASSOCIAÇÃO mais PRECÁRIA, ligando, por ex., o nome à pessoa; (iii) a memória de LONGO prazo, por seu turno, exige um processo de maior entrelaçamento de informações, o que pode ser causado por maior carga emotiva (por isso é fácil lembrar o que estávamos fazendo no 11 de setembro) e por algumas "formas de inteligência".
Quanto às "formas de inteligência", há o aprendizado visual (vide os mapas mentais), o auditivo e o cinestésico (que sente, como ao resumir com a caneta). Cada um tem a(s) sua(s) melhor(es) forma(s) de aprendizado. Sobre o tema, a famosa metodologia de Feynman diz que o ato de explicar algo oralmente traz maior consolidação da memória por envolver, de certo modo, as 3 formas acima.
Em todo caso, pontuo que essa forma de aprendizado é MAIS UM ponto cego dos métodos. O método pode ter sido, de fato, exitoso para muitos, mas o "gap" da forma de aprendizado pode impedir que ele tenha plena eficiência COM você.
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