Fases do concurso - Prova oral - Parte 6 - As frases decoradas e a ilusão da resposta perfeita

By | dezembro 26, 2019 Leave a Comment

O decoreba de frases não é aconselhável na oratória, porque cria uma tensão grande de se congelar, de modo a se intimidar caso não se lembre da construção. Nesse contexto, a utilização de frases iguais às usadas por outros candidatos é TAMBÉM pouco prudente, porque denuncia a falta de espontaneidade/sinceridade. Basta imaginar a banca ouvir de vários candidatos o mesmo agradecimento por ter sido arguido pela banca composta por membros com notório saber jurídico. Sobre isso já ouvi relatos de examinadores incomodados com a prática.

Outro ponto relevante para a prova oral é não se iludir com “respostas perfeitas”. Na internet e em grupos normalmente circulam as perguntas de determinada prova oral. Muitas vezes os candidatos da respectiva prova ou da prova vindoura buscam respondê-las, de modo a criar um norte de uma resposta completa. Perfis também do instagram criam "perguntas de prova oral", com a respectiva resposta sugerida.

Ter a noção de que a resposta constante do material NÃO foi transcrição da resposta REALMENTE feita pelo candidato é importante. Já presenciei pessoas dizendo que jamais conseguiriam responder o que o candidato respondeu, supondo que a resposta presente ali, citando detalhes dos detalhes da lei de S.A., tenha sido a transcrição do que o candidato disse. Isso é um fator que gera angústia e sensação de inferioridade. Eu mesmo já presenciei isso assistindo à prova oral. Vi um candidato que, diante de pergunta bem difícil de lei de S.A., apenas disse “não me recordo” e foi aprovado ao final para o cargo de juiz. Mas... na transcrição da resposta “ideal” a que tive acesso, envolvendo a mesma arguição, havia 2 laudas de resposta minuciosa sobre a Lei de S.A.

Em definitivo, você não precisa saber as duas laudas da resposta ideal para passar na prova oral com uma boa nota! O próprio treino com os colegas ajuda a desmistificar isso, já que a dificuldade/facilidade de um é, em enorme parte dos temas, a dificuldade/facilidade do outro. Tanto é assim que NINGUÉM gabarita a prova objetiva/de memória, ou seja, todo mundo tem vulnerabilidade de conteúdo e de memória.
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