Não são poucas as pessoas que têm facilidade de serem aprovadas em provas objetivas e, reiteradamente, são reprovadas na fase subjetiva. Claro que as causas são inúmeras, indo de português à cobrança de tema desconfortável. O que quero destacar agora é a questão da falta de densidade no raciocínio jurídico, que PODE ser causada por estudo fragmentado demais e focado exclusivamente na prova objetiva.
Por ex., indagado se cabe o protesto de CDA, determinado candidato consegue, corretamente, dizer que sim, baseando-se nas sucessivas revisões e/ou questões que fez sobre o assunto. No entanto, (i) não sabe encontrar o tema na lei, (ii) não sabe a discussão subjacente (a ponto de ensejar a manifestação de Tribunal Superior em sede de recurso repetitivo), (iii) não consegue contextualizar constitucionalmente o tema e (iv) não consegue explicar um pouco o que são as CDA's e o protesto e para que servem.
Já me antecipando ao argumento da “maximização da própria experiência” (“não sabia disso e passei!”), não estou dizendo que saber falar de cada subitem seja indispensável, e sim que essas provocações, com as devidas adaptações, podem servir para quase todo tema de prova subjetiva.
Essa “falta de densidade” MUITAS VEZES vem de fragmentação excessiva do estudo, a qual, por sua vez, PODE ocorrer por falta da visão do todo (não domina o “timing” da argumentação do ramo, de sorte que o desempenho da objetiva se assenta quase sempre em “decoreba”) e desacoplamento das fontes do direito (não consegue associar bem a lei com a doutrina/jurisprudência).
Ciente disso, optei no meu estudo por, (i) além de associar a doutrina e jurisprudência ao vade mecum (inclusive os “links” entre artigos propostos pelos livros de concurso), (ii) ler obras inteiras. Sobre o tema, ao contrário do que normalmente se diz, não se leva tanto tempo QUANDO se adota o hábito de buscar as “informações exclusivamente doutrinárias”. Li o livro inteiro de eleitoral em menos de 2 semanas. Ademais, obtive assim INDEPENDÊNCIA de produtos e serviços no mercado que dizem o que focar e, a um só tempo, também me guiei por autores de livros consagrados no meio, como @clebermasson e @ricardoalexandre.
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