Revisão - Parte 8 - A estratégia na ordem das matérias

By | fevereiro 22, 2019 Leave a Comment
Em razão da curva do esquecimento, a primeira matéria a ser revista sofre maior impacto do que a última. E isso independe de as revisões serem rápidas. No meu caso, as revisões globais duravam cerca de 3 semanas, mas, ainda assim, ao finalizar uma revisão, tinha sempre a sensação de que os detalhes das primeiras matérias revisadas já estavam escapando.


Nesse contexto, a decisão de colocar uma matéria ao final significava apostar mais fichas nela, o que fazia com base nos seguintes critérios: (i) o grau de dificuldade (o Direito Ambiental, por ex., tem leis complexas); (ii) o custo benefício, isto é, havia muitas questões cobradas para matéria pequena (por ex., se fossem cobradas 10 questões de consumidor, certamente colocaria o CDC para a última semana); (iii) e o grau de exigência em determinado concurso (o MPF cobra DH e Internacional em nível acima da média).

Dependendo da intensidade de tais fatores, usava uma estratégia de reforço: DUPLA REVISÃO do ramo dentro de uma revisão global. Por ex., para o MPF, a revisão dos ramos mais complicados entrou tanto na primeira quanto na última semana. Fiz isso algumas vezes com a parte geral do direito penal, que tem muitas teorias e base legal praticamente inexistente.

Evidentemente, dentro da matéria difícil, há temas mais fáceis, assim como, no bojo da matéria mais fácil, existem assuntos complexos. Essa constatação PODE embasar a decisão pelo fracionamento e intercalação de matérias (por ex., revisão de improbidade à tarde; revisão de propriedade à noite).

Não foi a minha escolha, pois, ao optar por exaurir os ramos e sem intercalar, levei em conta 3 motivos: (i) o estudo da matéria do início ao fim facilita o domínio do “timing” do raciocínio do ramo (um penalista pensa de forma diferente de um civilista); (ii) a formulação de cronograma rígido de intercalação e temas me tomaria tempo; (iii) metas muito rigorosas me gerariam a sensação de ansiedade constante nas revisões.

Independentemente dessa escolha, entendo que o “sprint final” vale ouro, razão pela qual sempre desenhei uma estratégia para as vésperas de prova, ao invés de descansar.
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