- Excelência, o inquérito policial SERIA um procedimento administrativo...
- Seria ou é, doutor?
Bom, o futuro do pretérito, ainda muito utilizado em provas orais, como no exemplo acima, enfraquece a assertividade da expressão. Condiciona-a implicitamente: "[se ocorresse X], o inquérito SERIA...".
Por sua vez, o tempo presente produz aquilo que a retórica clássica chama, no estudo da elocução, de "presença" (presente/presença), como se a proposição não fosse incerta e mera observação, mas um "juízo factual": "os metais, aquecidos, dilatam-se", ao invés de: "constatou-se que os metais dilatavam-se" (pretérito imperfeito); ou: "percebi que, aquecidos, os metais dilatar-se-iam" (futuro do pretérito).
Não à toa, o art. 11, I, d, da LC 95, diz que o legislador deve dar preferência "ao tempo presente ou ao futuro simples do presente", buscando uniformidade - e autoridade - no tempo verbal.
- Dr., seja bem-vindo. Antes de começar, diga-nos o seu nome.
- Bom dia! Meu nome SERIA Júlio... 😂
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