Percebo, porém, que muitos candidatos foram reprovados por décimos ou centésimos. Havia muitos candidatos, centenas de provas para um dia só, bancas diversas, muitas informações, cansaço. Vários itens do espelho devem, na aplicação fordista, ter passado desapercebidos pela banca: vale a pena, portanto, recorrer.
Não bastasse isso, como mencionei em outro post, a prova foi mais extensa do que o normal; o espelho, infinito; alguns enunciados eram vagos, dificultando saber se era para responder com base na versão antiga/nova da LIA (e, dada a escassez do tempo, quem falou da "reforma da LIA" pode ter desperdiçado tempo significativo, não tendo qualquer diretriz da banca no ato da prova); e o controle de tempo por apito (que já ocorreu na PGE-AL e Delta-PF), no MPCE em específico, foi mais cruel, dado o tamanho dos enunciados. A utilização de cronômetros visíveis e/ou placas indicando o tempo, como sucedeu no TJPA, TJBA e TJCE, tem sido abolida pelo CESPE, o que me parece ser um grande retrocesso!
Sempre lembro que o estilo de prova do CESPE tem a sua peculiaridade. Com o formato "leia-e-responda", não há praticamente interação alguma com o examinador (nas últimas provas, nenhuma mesmo). Os próprios roteiros de diretrizes/problematizações têm sido ignorados pela banca. Há quem goste do formato, interpretando-o como "respeito a isonomia/menor subjetivismo"; há outros que não gostam muito, vendo nele um desvirtuamento do propósito de uma prova oral. Em todo caso (e de lege lata), conheço pessoas que reprovaram em prova oral do CESPE, mas conseguiram os primeiros lugares em provas orais dificílimas, como o TJSP, cuja banca, sempre própria, exige maior jogo de cintura em ambientes de pressão. Minha solidariedade aos reprovados! Essa prova não te define 😉
* O resultado está disponível no site do MPCE: http://www.mpce.mp.br/concurso-promotor-de-justica/editais-comunicados-e-informacoes
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