A história ajudar a explicar alguns ruídos entre candidatos e examinadores em provas orais.
Como sabemos, a porosidade da linguagem compreende os diferentes significados que um significante pode ter com o passar do tempo (caso do post). Por sua vez, a ambiguidade refere-se aos múltiplos sentidos que determinadas palavras ou locuções podem ter ("cadeira" significa tanto o móvel quanto a função legislativa, como a "cadeira no Senado"). Já a sinonímia é a relação entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou semelhantes.
Em provas orais, ao menos no momento de sua realização, não temos ideia do que consta da cola do examinador. Diante da pergunta sobre os objetivos do depoimento sem dano, o candidato pode responder corretamente, consignando que busca evitar a vitimização secundária. No entanto, o examinador tem anotado apenas: "evitar a revitimização". No caso, a obtenção da ideia de acerto ou de absoluta precisão depende de algumas variáveis; de duas uma: (i) ou a expertise do examinador para saber que se trata de sinônimo; (ii) ou a provocação do examinador amigável ("Só para deixar claro, doutor, o senhor está dizendo que o objetivo é evitar a revitimização?").
Para evitar esse possível ruído e ampliar as chances de obter melhor nota, um tipo ideal é falar, se e na medida do que conseguirmos, não apenas o termo técnico, mas seus sinônimos. Da mesma forma que os títulos e subdivisões na prova escrita facilitam a vida do examinador ("DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE; DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO..."), na prova oral a verbalização da sinonímia facilita o "check list" da banca.
* Charge de autoria desconhecida
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