Trajetória nos concursos - Por Caroline Lins

 






Trago hoje a trajetória de Caroline Lins, aprovada para promotora do MPMT (@carol.deassis.lins)! A jornada da Carol evidencia algo muito comum entre aprovados: a necessidade de se reinventar, de ler o desempenho e de fazer diagnósticos. Após fazer curso extensivo, percebeu que estava presa demais a doutrinas densas e aulas; após fazer curso com coaching, percebeu que, para ela, metas poderiam virar uma bola de neve contraproducente. Com todo esse aprendizado, Carol nos deixa uma mensagem muito bonita e real:

"Não perca tempo com pessoas pessimistas ou que, consciente ou inconscientemente, torcem pelo seu fracasso. Descanse. Permita-se viver também, a vida não para enquanto você estuda. Quem estuda 8h passa e quem estuda 3h por dia também passa. Quem estuda por videoaulas e doutrina passa e quem estuda por resumos e apostilas passa também. Quem é solteiro passa e quem é casado e tem filhos passa também. Descubra o que funciona melhor para você. Nessa caminhada, você vai escutar de alguém que deveria prestar um concurso mais fácil; que a vizinha tem um primo que estudou 6 meses e “passou para juiz”; e tantas outras barbaridades. E, se você não se deixar convencer de tudo isso, a hora chega. Como diria Heráclito, “panta rhei”; tudo flui, tudo muda e tudo passa. E quando jornada acaba, entende que a grande conquista foi ter superado a si mesmo. O concurso é um aprendizado de humildade, superação e persistência". 

Agradeço pelos elogios, Carol! Você merece! Parabéns pela humanidade, humildade e pela aprovação! Muitas felicidades!

O concurso para Ministério Público sempre foi um sonho muito distante para mim. Pensava, acredito que assim como muitos, que era impossível passar e que só “gênios” logravam esse objetivo. 

Formada, me matriculei num cursinho extensivo para carreiras jurídicas, cuja duração foi de 12 meses. Penso que, para mim, esse ano foi a base que precisava para engrenar os estudos. Cometi vários erros (e aprendi com eles): tentei esgotar matérias de menor exigência em livros densos, de capa a capa, para entender depois de muito tempo o quão contraproducente era. Não lia lei seca, nem jurisprudência e nem tampouco fazia exercícios. Meu estudo se concentrava em doutrina e aulas. 

Findo o curso extensivo, me matriculei noutro curso semestral que mesclava “coaching” com cronogramas semanais de estudo e simulados nos finais de semana. Me sentia extremamente frustrada por não cumprir as metas semanais, e os estudos logo foram se acumulando e viraram uma “bola de neve” que me causava ansiedade e prejudicava meu rendimento. Decidi abandonar o curso e tentar outras estratégias. 

Segui o conselho de alguns colegas que já passaram em concursos e, na minha rotina de estudos, passei a fazer exercícios todos os dias. Ao perceber a predominância de lei seca em 1º fase, fiz meu próprio cronograma de lei seca. 

A primeira prova de concurso que fiz foi quando completei 1 ano de estudo e fiquei por 10 pontos. No segundo, fiquei por 6, no terceiro, por 3. Todos do Ministério Público. Bati na trave algumas vezes, ficando ora por 2, ora por 1 ponto. 

Digo com segurança que o que me fez total diferença em 1º fase foi o hábito de fazer questões e analisar (e estudar) o que errava. 

Dois dias antes de uma prova do MP, minha avó, que já estava enferma e morando conosco faleceu. Enlutada, ainda assim fui fazer a prova e reprovei por 1 ponto. Na época, me sentia a pessoa mais infortunada e injustiçada do mundo. Acredito que todos nós, por algum motivo, já provamos esse sentimento de injustiça em concurso público ao menos uma vez. 

Minha primeira 2º fase foi o MPMG e o maior baque da minha trajetória de concurso se deu quando reprovei nesse concurso. Quando a poeira abaixou, tive que lidar com um luto tardio mal resolvido e uma frustração enorme. 

Tenho a convicção de que o maior desafio do concurso é saber se reerguer depois de cada tombo. Me reerguia com a ajuda das mãos de pessoas que me apoiaram incondicionalmente e nunca vou saber expressar minha gratidão por isso. 

Logo em seguida passei na primeira fase do MPSC e tão logo também reprovei na fatídica peça prática de duas denúncias e a legião do Alibabá. Fiz curso especializado em segunda fase e, embora tenha reprovado, senti que aprendi muito. 

Imediatamente veio o MPMT e a nota de corte mais alta de primeira fase (85). Na segunda fase, repeti o que vinha fazendo: treino de peças e dissertação todos os dias. Finalmente veio o resultado e a aprovação para a oral. A pandemia pegou todos nós de surpresa. A prova, que estava marcada para março, pulou para julho, e de julho para outubro/novembro. Treinei todas as semanas desde o resultado até a prova oral, de duas a três vezes por semana, com colegas que também estavam na oral. Com a aproximação da prova passei a treinar todos os dias. 

Fiz também alguns cursos, dentre os quais o curso do Júlio César, que, para mim, se destacou de todos os demais. Júlio traz técnicas modernas para enfrentar qualquer tipo de pergunta e situação, em substituição às técnicas mecanizadas e obsoletas. Obrigada Júlio, aprendi demais com você! 

Alguns dias depois saiu o resultado da prova oral. Fui aprovada no MPMT, instituição pela qual me encantei profundamente e que realizou o maior sonho da minha vida. 

Se pudesse lhes dar qualquer conselho útil, em breves palavras: façam muitos exercícios e treinem em todas as fases. Não perca tempo com pessoas pessimistas ou que, consciente ou inconscientemente, torcem pelo seu fracasso. Descanse. Permita-se viver também, a vida não para enquanto você estuda. Quem estuda 8h passa e quem estuda 3h por dia também passa. Quem estuda por videoaulas e doutrina passa e quem estuda por resumos e apostilas passa também. Quem é solteiro passa e quem é casado e tem filhos passa também. Descubra o que funciona melhor para você
Nessa caminhada, você vai escutar de alguém que deveria prestar um concurso mais fácil; que a vizinha tem um primo que estudou 6 meses e “passou para juiz”; e tantas outras barbaridades. E, se você não se deixar convencer de tudo isso, a hora chega. 

Como diria Heráclito, “panta rhei”; tudo flui, tudo muda e tudo passa. E quando jornada acaba, entende que a grande conquista foi ter superado a si mesmo. 

O concurso é um aprendizado de humildade, superação e persistência. 

Deixo, por último, uma frase que me acompanhou ao longo de toda essa jornada: “se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo.”(Henry Ford)

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