Trajetória nos concursos - Por Camila Vasconcelos

By | novembro 23, 2020 Leave a Comment

 





Trago hoje a trajetória de  Camila Vasconcelos, aprovada para juíza do TJBA! Como Camila bem lembrou, fazer uma boa graduação (com leitura de doutrina) ajuda muito na formação da base para concursos públicos. Isso só reforça que, ao estudar para concursos, temos "pontos de partida" diversos: alguns já têm base, outros não... Outro ponto bem interessante na jornada de Camila é a percepção de que a memória "fotográfica" pode ajudar muito, de modo que a troca constante de material joga isso no lixo. Os materiais são mais fungíveis do que infungíveis, embora muitas vezes a insegurança nos faça pensar que o "segredo" esteja numa fórmula mágica ou material "inédito" produzido. Parabéns pela aprovação, Camila! Aproveito para agradecer pelos elogios! Fico muito feliz ao receber o feedback de que a retórica (e dominar algumas estratégias de comunicação, como a maior flexibilidade e ausência de perfeccionismo) pode ajudar muito em vários aspectos da vida (muito além da prova oral!). 

Entrei na faculdade no 1º semestre de 2011.1 e me formei no 2º semestre de 2015. Na faculdade eu já tinha uma ideia de que queria estudar para concursos, por não me identificar tanto com o perfil de advocacia/profissional liberal.

Eu aproveitei bastante o tempo na faculdade, fiz monitorias, participei de grupo de estudos, gostava muito de ler doutrina, etc.

Na época eu não sabia, mas talvez isso tenha ajudado a encurtar o caminho de estudos, porque ajudou a formar a base teórica, para depois adicionar as peculiaridades dos métodos de estudo para concurso.

Em novembro de 2015, quase não tinha mais aulas na faculdade, pois tinha adiantado matérias, então comprei um curso de videoaulas para carreiras jurídicas e comecei a assistir, montar caderno... E decidi estudar para o Ministério Público Estadual, com o adendo de fazer algumas provas de Magistratura Estadual caso não desviasse tanto do edital de MPE.

Até meados de 2016 eu ainda via esse curso, que tinha dois módulos. Não terminei o curso, não me adaptei tanto com algumas aulas em que preferir ir direto para doutrina.

Somente no final de 2016 que “descobri” que devia ler lei seca” e que sem isso, dificilmente seria aprovada. Eu não conhecia ninguém que estudava para concurso, então até esse momento achava que ver videoaulas, montar um caderno, ler doutrinas, fosse suficiente – embora já fizesse questões objetivas desde o começo.

Em razão de algumas intercorrências (cirurgia, duas mudanças de endereço...), eu considero que só comecei a estudar para concursos regularmente em abril de 2017, foi quando reduzi bastante vida social e intensifiquei os estudos de domingo a domingo.

Em agosto de 2018 fui aprovada na 1ª prova objetiva, o MPPB. Dali em diante comecei a ser aprovada em provas de primeira fase, reprovando na segunda fase, isso aconteceu com o TJSP e o MPBA.

No fim das contas, acabei sendo aprovada na prova oral do TJBA, no meu Estado, agora em outubro de 2020.

Foi na segunda fase, com as sentenças e os estudos de Humanística e Teoria do Direito, que acabei me encantando com a magistratura e o ato de decidir.

Eu sempre me preocupei e almejei um cargo em que pudesse realizar ativamente a justiça social. E por não ter me aprofundado antes nos estudos para magistratura, eu acreditava que só atingiria esse objetivo no Ministério Público. Como visto, eu estava errada.

Hoje não imagino nada mais transformador do que a entrega da prestação jurisdicional adequada, hígida, coerente e em tempo razoável para os jurisdicionados.

Os métodos que me adaptei mais na rotina de estudos era organizar o cronograma de cada semana no domingo à noite, com duas matérias por dia, dividindo o tempo entre “L Q D J” – lei seca, questões, doutrina e jurisprudência –, ressaltando que algumas matérias eu não li doutrina, mas somente sinopses ou resumos, como Direito do Consumidor, Execução Penal, Eleitoral, ECA.

Eu sempre trabalhei e estudei, no entanto, fiquei muito tempo em home office, então colocava a meta de estudar 6h por dia caso me deslocasse até o trabalho e 8h caso trabalhasse de casa. Mas nem sempre foi assim, são muitos os imprevistos na rotina... O negócio é não sofrer tanto com isso e ir em frente, voltar de onde parou, porque senão a ansiedade toma conta. E olha que eu sou uma pessoa ansiosa.

Além disso, todo final de semana eu fazia um simulado de prova objetiva e corrigia. Chegou uma época que eu já havia feito todas as questões de todas as provas de MP e TJ no qconcursos. Eu gostava muito de fazer questões, acho que a única coisa da 1ª fase que gostava era isso. Ler a lei seca nunca gostei, mas faz toda a diferença, não só na 1ª fase como na prova oral – ter o domínio do conteúdo das principais leis, códigos, súmulas.

Se eu puder dar alguns conselhos, diria:

  1. Para não o concurseiro não trocar tanto de material. Eu troquei de material e de método muitas vezes. Isso atrapalha bastante, ainda mais quem tem memória fotográfica... Eu mudei muito de material, videoaula, fazer resumos a partir da doutrina, resumos, pdfs de cursos, videoaula de novo...

  2. Também não menosprezar o descanso e o lazer, que são tão necessários quanto os estudos... Em 2019 eu tive um esgotamento mental muito forte, causado pelo intensidade da rotina de estudo e trabalho, o que me levou, dentre outros aspectos, a reprovar por 1 ponto nas provas objetivas do MPSP e do MPGO e por poucos décimos no MPMG. Eu estava tão cansada que já não conseguia absorver mais nenhum conteúdo, a memória estava muito fraca, estava fazendo tudo no “piloto automático”, com crises de dor na coluna e de enxaqueca. Então acredito que o descanso e o lazer, de modo equilibrado, também fazem parte dessa jornada de estudos para concurso.

  3. Não comprar cursos que prometem fórmulas mágicas para aprovação (porque não existe), procurar avaliações de outros concurseiros antes de adquirir o curso, muitos perfis aqui no Instagram gentilmente fazem isso, como a @ems_concurseira, @concurdiva, @conquistando.atoga, dentre outros...

  4. Hoje em dia encontramos muito material de qualidade gratuito na internet, como o Dizer o Direito, os canais do Youtube dos professores Fábio Roque, Rogério Sanches, etc... Materiais de excelente qualidade também nos próprios sites do STJ e STF, basta pesquisar.

E um último conselho: o Curso de treinamento para prova oral do Júlio César. Eu amei o curso, não somente para prova oral, como para a vida. Hoje acredito que me expresso bem melhor por conta dos ensinamentos e das técnicas de retórica e oratória.









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