Trago hoje a trajetória de Cidval Santos Sousa Filho, aprovada para juiz do TJBA (seu Estado)! A jornada de Cidval, pai de 3 filhos, é de quem teve que lidar com o tempo escasso e precisou de estratégia: "conversei muito com aprovados em outros certames e li diversos depoimentos, e assim consegui traçar a estratégia que me levou à prova oral do MPBA e à aprovação no TJBA, e essa estratégia começou com uma preparação mental, já que eu não conseguiria perseverar na rigidez da preparação se a minha mente não estivesse condicionada. Por isso, aprofundei minha fé e me convenci de que aquilo seria só por um tempo."
Ao final, a mensagem não poderia ser outra senão a importância do foco para alcançar os objetivos. Como bem disse Cidval, "o caminho é árduo, mas é passageiro. Respeite os seus limites mas não faça menos do que você pode. Lembre-se de que não é coincidência o fato de que a “sorte” costuma visitar com mais frequência aqueles que se dedicam arduamente ao alcance de um objetivo. Na preparação para concursos não se pode dissociar a boa sorte do bom trabalho, por isso, desejo-lhes sorte e, mais do que isso, muita disposição e muita determinação para que um bom trabalho seja feito".
Olá, pessoal.
Meu nome é Cidval Santos Sousa Filho e estou aqui para compartilhar minha história, como muitos fizeram antes de mim.
Sempre via postagens contando a trajetória de candidatos aprovados nos mais diversos certames e hoje, com felicidade, posso fazer o mesmo com a certeza de que o conhecimento dessas histórias pode ser um ponto importantíssimo na preparação.
Pois bem, acabo de ser aprovado no concurso público para ingresso na carreira da magistratura do TJBA! Como vocês devem imaginar, é indescritível a sensação de passar no concurso dos sonhos. É a carreira que eu sempre quis, no meu estado natal.
Muito embora tenha sido o primeiro concurso para a magistratura a que me submeti, o percurso não foi nada fácil. Nasci em um bairro muito pobre de Salvador e, por questões financeiras, não estudei em boas escolas, tendo tido um ensino deficitário durante toda a minha vida, circunstância que contribuiu para que meu ingresso no ensino superior tenha ocorrido relativamente tarde, aos vinte anos. Além disso, embora tenha concluído o ensino médio aos dezessete anos, precisei trabalhar para ajudar em casa.
Por insistência da minha maravilhosa mãe, ingressei no curso de Direito no ano de 2010 na Faculdade São Salvador. Mesmo não sendo uma instituição de renome, lá tive professores que mudaram a minha cabeça sobre o estudo para concursos públicos. O principal deles foi @renatobonelli, que me deu uma oportunidade de estágio em 2013. Passei pouco mais de um ano o ajudando a catalogar questões de concursos e a elaborar comentários para alguns livros da editora JusPodivm. Nessa época eu vi que era possível.
No mesmo ano eu soube que o TJBA abriria concurso para o cargo de analista judiciário tão logo finalizasse o concurso de juiz que estava em andamento. Era a minha grande oportunidade, já que eu sabia que a estabilidade da carreira me permitiria estudar para o concurso da magistratura anos depois. Passei todo o ano de 2014 estudando feito um louco. Nesse período foram mais de 20.000 questões respondidas! Estagiava pela manhã com um professor, pela tarde com outro, e fazia o último ano da faculdade. Na mesma época fui monitor de Direito Penal e Constitucional na faculdade. A preparação para o concurso do TJBA e para a OAB acontecia de madrugada, e fui aprovado em ambos.
A prova do TJBA foi em janeiro de 2015. Tirei uma ótima nota, mas, como não tinha títulos, fiquei fora das vagas e só fui nomeado em agosto de 2017. Durante esse tempo eu não estudei para concurso, somente para ingresso no mestrado e para a pós-graduação, além de ralar muito na advocacia e de dar aulas em um cursinho preparatório para carreiras policiais. Nesse mesmo período nasceram meus dois primeiros filhos (sim, tenho filhos. Três!!!).
Em 2018 recebi convites para assessoramento de dois desembargadores, um com atuação na área cível e outro na área criminal. Como atuei na advocacia criminal por quase três anos, optei por assessorar no cível já pensando na prova de sentença. Nesse período foram lançados os editais dos concursos para promotor de justiça do MPBA e para juiz de direito do TJBA, justamente quando eu completei os três anos de atividade jurídica. Aqui entra a importância da experiência de outros candidatos!
Eu não tinha nenhuma experiência com concurso de carreiras jurídicas, por isso busquei todas as informações possíveis, já que precisava passar na Bahia (nunca pensei em fazer concursos para outros estados). Então conversei muito com aprovados em outros certames e li diversos depoimentos, e assim consegui traçar a estratégia que me levou à prova oral do MPBA e à aprovação no TJBA, e essa estratégia começou com uma preparação mental, já que eu não conseguiria perseverar na rigidez da preparação se a minha mente não estivesse condicionada. Por isso, aprofundei minha fé e me convenci de que aquilo seria só por um tempo.
Estudei sete dias por semana aproximadamente oito horas por dia. Quase anulei a minha vida social e contei com o incondicional apoio da minha esposa, que precisou aturar a minha ausência e exaustão constantes.
Fui sendo aprovado nas fases com muita dificuldade e a cada fase era um novo desafio porque tudo era novo pra mim, já que eram os meus primeiros concursos. As segundas fases dos dois certames foram marcadas para o mesmo mês, que foi o mais emocionalmente desgastante da minha vida. Foram sete provas em duas semanas!
No final de 2019 veio a prova oral do MPBA, em que fui reprovado com uma nota muito baixa. Percebi que precisava de uma abordagem de estudo diferente da que era praticada até ali, e vendo as experiências dos aprovados percebi que já tinha conteúdo suficiente para a aprovação, mas me faltava controle emocional e domínio operacional desse modelo de avaliação peculiar, que é a arguição oral. Em razão disso resolvi praticar com os colegas que também estavam nesta fase do concurso da magistratura do TJBA. Treinei cinco dias por semana nos últimos seis meses e fui recompensado com a aprovação e uma nota alta.
Então, para você que está lendo isso o que tenho a dizer é: tenha foco! Dá para chegar! O caminho é árduo, mas é passageiro. Respeite os seus limites mas não faça menos do que você pode. Lembre-se de que não é coincidência o fato de que a “sorte” costuma visitar com mais frequência aqueles que se dedicam arduamente ao alcance de um objetivo. Na preparação para concursos não se pode dissociar a boa sorte do bom trabalho, por isso, desejo-lhes sorte e, mais do que isso, muita disposição e muita determinação para que um bom trabalho seja feito.
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