Quem tiver interesse em estudar com maior grau de rigor a retórica - o que se aplica à retórica jurídica - pode ler o livro Retórica de Aristóteles, os 4 tomos do "Institutio Oratoria" de Quintiliano e os discursos e a obra de Marco Túlio Cícero. Há outras diversas obras interessantes, como o famoso discurso "A oração da coroa" de Demóstenes (considerado o maior orador da história), que posso indicar a quem tiver interesse.
Uma visão completa do tema, associando-o ao Direito, está nas obras de João Maurício Aodedato (em especial, "Uma Teoria Retórica da Norma Jurídica e do Direito Subjetivo"), por quem fui orientado no mestrado. Recentemente, aliás, foi publicada obra discutindo a obra de Adeodato sobre várias facetas, na qual tive a honra de escrever um artigo: editora.cepe.com.br/livro/filosofia-e-retorica-na-faculdade-de-direito-do-recife---debates-em-torno-da-obra-de-joao-mauricio-adeodato
Procuro utilizar esses aportes teóricos como professor no curso de prova oral. Algumas boas técnicas para o raciocínio sob improviso, que é o berço da boa oratória dos sofistas, são aplicadas há milênios e bem úteis em diversos contextos da nossa vida. Estudando o tema, percebe-se que a preocupação com a parte teatral (voz e visual - pronunciação ou actio), hipertrofiada atualmente, é apenas um aspecto da retórica, ao lado de outros, como a criação dos argumentos (inventione), disposição (dispositio) e elocução (elocutio). E, em cenários nos quais o discurso não está pronto, tal como sucede na prova oral, é importante identificar em que ponto o improviso não está funcionando, ao invés de gastar energia excessiva com o aspecto teatral, produzindo o fenômeno da "robotização" (comum no gestual e na velocidade da fala), da lenteza e da artificialidade na comunicação.
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